Se for concretizada, a negociação resultaria na mesma tarifa obtida pelo Japão com os americanos, anunciada nesta quarta-feira (23)
Os Estados Unidos e a União Europeia estão próximos de fechar um acordo tarifário que imporia uma taxa de importação de 15% sobre produtos europeus, segundo apuração do jornal britânico Financial Times, e dois diplomatas ouvidos pela agência Reuters. A medida visa evitar que o presidente dos EUA, Donald Trump, eleve essas tarifas para 30% a partir de 1º de agosto.
Se for concretizada, a negociação resultaria na mesma tarifa obtida pelo Japão com os americanos, anunciada nesta quarta-feira (23). A discussão, segundo o FT, envolve os dois lados abrirem mão de tarifas sobre determinados produtos, como aeronaves, bebidas alcoólicas e dispositivos médicos.
As conversas ocorrem após meses de negociações e após os exportadores europeus já estarem pagando uma tarifa adicional de 10% desde abril, além de uma média pré-existente de 4,8%.
De acordo com as fontes, a tarifa mínima de 15% incluiria os encargos já aplicados, o que, para Bruxelas, representaria uma formalização do cenário atual. No caso de automóveis, cuja tarifa atual é de 27,5%, haveria uma redução para 15%.
Segundo o FT, duas fontes afirmaram que o acordo selado entre EUA e Japão acelerou as negociações e fizeram a UE aceitar em uma tarifa mais alta do que planejada inicialmente, para evitar escalada.
No entanto, enquanto tenta selar o acordo, o bloco europeu continua preparando um pacote de tarifas retaliatórias de cerca de € 100 bilhões (R$ 650 bilhões), que poderia entrar em vigor caso não haja consenso até a data limite, e Trump resolva aplicar a taxa de 30% que foi ameaçada.
O plano de revide europeu prevê taxas de até 30% sobre produtos norte-americanos, e a possibilidade de acionamento do mecanismo apelidado de “botão vermelho” comercial, ou “bazuca comercial”.
Segundo um funcionário do governo dos EUA ouvido pelo Financial Times, o cenário ainda é considerado “fluido” e pode sofrer alterações.