O Tesouro Nacional acendeu um alerta para a saúde financeira de nove estatais federais, revisando a projeção de déficit para 2025 de R$ 6,2 bilhões para R$ 9,2 bilhões. O principal foco de preocupação é os Correios, que registraram prejuízo de R$ 6,1 bilhões entre janeiro e setembro e podem encerrar o ano com déficit de até R$ 10 bilhões. Para tentar reverter a crise, o governo autorizou um empréstimo de R$ 20 bilhões, com garantia do Tesouro, e a previsão é de recuperação apenas em 2027.
Outras empresas também preocupam:
- Infraero: após lucros em 2023, fechou 2024 com prejuízo de R$ 228 milhões, impactada pela concessão de aeroportos lucrativos à iniciativa privada.
- Casa da Moeda: viu seu lucro líquido cair 74% em um ano, além de apresentar resultado operacional negativo.
- ENBPar: responsável pela Eletronuclear e pela usina de Itaipu Binacional, enfrenta dificuldades com a obra inacabada de Angra 3.
- Emgea: apesar de alguma melhora recente, teve riscos ampliados após lei de 2024 permitir atuação como securitizadora no mercado imobiliário.
O relatório ressalta que, embora as maiores estatais como Petrobras, Banco do Brasil, Caixa e BNDES não estejam incluídas na projeção — já que concentram mais de 90% do patrimônio líquido das empresas públicas — o cenário evidencia desafios significativos para o equilíbrio fiscal do país.