A medida foi aprovada em reunião fechada do Conselho de Administração, em meio a dificuldades orçamentárias da estatal
Uma licitação de R$ 380 milhões para publicidade dos Correios foi suspensa no fim de junho, mas a possibilidade de retomada do processo permanece caso a situação financeira da empresa melhore. A medida foi aprovada em reunião fechada do Conselho de Administração, em meio a dificuldades orçamentárias da estatal. A informação é do jornal O Estado de S. Paulo.
O certame previa a contratação de quatro agências de publicidade, em meio ao déficit bilionário da companhia e ao fato de três concorrentes finalistas já terem sido citadas em investigações que envolvem o Partido dos Trabalhadores (PT). A iniciativa de suspender o processo partiu do presidente dos Correios, Fabiano Silva, e os conselheiros a acataram.
Decisão do TCU, e cenário financeiro crítico dos Correios
O edital estava sob análise técnica do Tribunal de Contas da União (TCU), que nesta semana concluiu não haver irregularidades. O conselho determinou que a licitação vai poder prosseguir caso as contas da empresa apresentem melhora. No primeiro trimestre deste ano, o prejuízo chegou a R$ 1,7 bilhão, recorde desde 2017, enquanto, em 2024, a perda foi de R$ 2,6 bilhões.
Para enfrentar a crise financeira, os Correios comprometeram-se com a equipe econômica a economizar R$ 1,5 bilhão em 2025. O Plano de Desligamento Voluntário, que busca poupar R$ 1 bilhão por ano, é uma das estratégias. A estatal também espera captar R$ 3,8 bilhões em financiamento do Novo Banco de Desenvolvimento, o qual tem a ex-presidente Dilma Rousseff como líder.
Em 4 de julho, uma semana depois da reunião do conselho, Fabiano Silva pediu exoneração ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Contudo, ele segue no cargo por falta de indicação de novo nome pelo Palácio do Planalto. A definição deve ocorrer até 6 de agosto, quando termina o mandato de dois anos de Silva. Caso permaneça, sua recondução vai depender de decisão colegiada, conforme as regras internas.