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sexta-feira, 12 dezembro, 2025
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Em 2025, diretores do BC indicados por Lula votaram por aumentar ou manter juros altos

Por Alexandre Gomes

Nas oito reuniões deste ano, as decisões dos nove integrantes da diretoria do Banco Central elevaram a Selic de 12,25% para 15% e foram unânimes

Desde que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu o governo, ele e seus aliados da esquerda criticaram sistematicamente o Banco Central e a antiga diretoria, indicada na gestão de Jair Bolsonaro, pelos juros altos.

No fim de 2024, o mandato de Roberto Campos Neto se encerrou, e ele deixou a presidência da estatal. Mas, desde então, a nova diretoria, composta majoritariamente de indicados do PT, aumentou ou manteve os juros altos. As decisões têm sido unânimes entre os nove diretores — sete são indicações do atual governo.

Em 2024, a Selic fechou em 12,25%. Nas oito reuniões seguintes, a nova diretoria aumentou a taxa para 13,25%, em janeiro; 14,25%, em março; 14,75%, em maio; e 15% em junho. Depois disso, a Selic foi mantida em 15% nas reuniões de julho, setembro, novembro e, agora, em dezembro.

A justificativa são instabilidades externas e o cenário interno, de aumento de gastos pelo governo e a consequente alta da inflação. Os juros altos freiam a economia e servem para conter a alta de preços.

Em comunicado expedido na quarta-feira 10, o BC afirmou que, “em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores segue apresentando, conforme esperado, trajetória de moderação no crescimento da atividade econômica, como observado na última divulgação do PIB, enquanto o mercado de trabalho mostra resiliência. Nas divulgações mais recentes, a inflação cheia e as medidas subjacentes seguiram apresentando algum arrefecimento, mas mantiveram-se acima da meta para a inflação”.

E seguiu: “As expectativas de inflação para 2025 e 2026 apuradas pela pesquisa Focus permanecem em valores acima da meta, situando-se em 4,4% e 4,2%, respectivamente”.

Composição do Copom

Dos nove integrantes do Copom, sete foram escolhidos por Lula: Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, Ailton Aquino, Gilneu Vivan, Izabela Moreira Correa, Nilton David, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira.

Os outros dois diretores, Renato Dias de Brito Gomes e Diogo Abry Guillen, foram nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e têm mandato até 31 de dezembro de 2025. Depois do término desses mandatos, caberá a Lula indicar novos nomes, que precisam da aprovação da Comissão de Assuntos Econômicos e do plenário do Senado em 2026.

Críticas do PT aos juros altos

Antes da nomeação da maioria dos membros do Copom pelo atual governo, o presidente Lula e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, além de outros aliados petistas e psolistas, criticavam os juros elevados sob a gestão de Roberto Campos Neto, que presidiu o Banco Central de fevereiro de 2019 a dezembro de 2024.

Agora, as críticas arrefeceram. Apenas o ministro Guilherme Boulos (Psol), da Secretaria-Geral da Presidência, se manifestou depois dessa última reunião do Copom. “O Banco Central decidiu manter a taxa Selic em 15%. Vence a agiotagem dos bancos. Perde o trabalhador brasileiro. Lamentável!”, escreveu no X.

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