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sexta-feira, 29 novembro, 2024
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Economistas alertam: Dólar em alta e PIB estagnado ameaçam o Brasil

Por Marina B.

Economistas do mercado financeiro elevaram as projeções para a cotação do dólar ao final deste ano e dos próximos. A mediana do relatório Focus para o câmbio em 2024 subiu de R$ 5,15 para R$ 5,20, marcando a terceira alta consecutiva. Um mês atrás, a estimativa estava em R$ 5,05.

A previsão intermediária para o final de 2025 aumentou de R$ 5,15 para R$ 5,19, comparado a R$ 5,05 um mês antes. As medianas para o final de 2026 e 2027 também subiram, passando de R$ 5,15 para R$ 5,19 e de R$ 5,18 para R$ 5,20, respectivamente.

O real teve o pior primeiro semestre desde 2020, devido a incertezas sobre a situação fiscal interna, críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Banco Central, e especulações no mercado cambial. Na última sexta-feira, o dólar fechou cotado a R$ 5,5883, acumulando uma alta de 15,14% em 2024.

A projeção anual de câmbio no relatório Focus é calculada com base na média da taxa em dezembro, ao invés do valor do último dia útil do ano, como era até 2020. O Banco Central espera assim aumentar a precisão das previsões cambiais do mercado financeiro.

PIB

A mediana do relatório Focus para o crescimento do PIB brasileiro em 2024 permaneceu em 2,09%, enquanto um mês atrás era de 2,05%. A previsão intermediária para 2025 caiu de 2% para 1,98%, após 28 semanas de estabilidade. A projeção para 2026 permaneceu em 2% pela 47ª semana consecutiva, e para 2027 também se manteve em 2%, pela 49ª semana seguida.

O Ministério da Fazenda espera um crescimento de 2,5% para o PIB em 2024.

IPCA

Economistas aumentaram suas projeções de inflação para este ano e o próximo. A mediana do relatório Focus para o IPCA em 2024 subiu de 3,98% para 4%, já 1 ponto percentual acima do centro da meta de 3%. Um mês atrás, a projeção era de 3,88%. A mediana para 2025 subiu de 3,85% para 3,87%, contra 3,77% um mês antes.

Na semana passada, o governo publicou um decreto regulamentando o novo sistema de meta contínua de inflação. A partir do próximo ano, o alvo será baseado no IPCA acumulado em 12 meses. Se ficar acima do teto ou abaixo do piso por seis meses consecutivos, será considerado que a meta foi perdida.

O Conselho Monetário Nacional definiu que o centro da meta continuará em 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos. O alvo e a banda poderão ser alterados com antecedência mínima de 36 meses, conforme proposta do ministro da Fazenda.

Para horizontes mais longos, a mediana do Focus para o IPCA em 2026 permaneceu em 3,60% pela quarta semana consecutiva. A previsão intermediária para 2027 ficou em 3,50% pela 52ª semana seguida.

O Banco Central espera que o IPCA fique em 4% em 2024, 3,4% em 2025 e 3,2% em 2026, considerando o cenário de referência com a trajetória de juros extraída do Focus. Em um cenário alternativo, com a taxa Selic constante ao longo do horizonte relevante, o BC espera uma inflação de 4% em 2024 e 3,1% em 2025.

Selic

A mediana do relatório Focus para a taxa Selic no final de 2024 permaneceu em 10,5% pela segunda semana consecutiva, enquanto um mês atrás era de 10,25%.

Na decisão mais recente, em junho, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central manteve a Selic em 10,5%, por unanimidade, e comunicou a “interrupção” do ciclo de cortes.

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou em entrevista coletiva que um aumento dos juros “não é o cenário-base” da autoridade monetária. Ao jornal Valor Econômico, ele disse que o nível atual da Selic é “suficientemente alto” para levar a inflação à meta.

A mediana do Focus para a Selic no final de 2025 permaneceu em 9,5% pela segunda semana consecutiva, comparado a 9,18% um mês atrás. Considerando as 77 estimativas atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a previsão intermediária também é de 9,5%.

Para 2026, a projeção permaneceu em 9,0%, como nas sete semanas anteriores. Para 2027, a previsão também foi mantida em 9,0%, pela sexta semana consecutiva.

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