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sábado, 22 fevereiro, 2025
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Economista-chefe do Itaú vê “autoengano” do Governo Lula em política fiscal e pede volta do teto

Por Alexandre Gomes

Mário Mesquita defendeu retorno do teto de gastos por quem quer que vença as eleições presidenciais de 2026 para que as taxas de juros voltem a ser “civilizadas”

O economista-chefe do Itaú (ITUB4), maior banco privado do país, defendeu nesta terça-feira (18) o retorno do teto de gastos por quem quer que vença as eleições presidenciais do ano que vem para que as taxas de juros voltem a ser “civilizadas”.

Os comentários de Mário Mesquita, feitos em evento do Itaú, se somam a apelos mais vocais de economistas proeminentes por disciplina fiscal, mesmo com a recuperação dos ativos brasileiros neste início do ano após a forte alta do dólar e disparada dos juros futuros no fim de 2024, em meio à decepção com o pacote de contenção de gastos apresentado pelo governo.

“O único regime que permitiu ao Banco Central buscar meta de inflação com taxas de juros nominais e reais mais baixas, mais parecidas com o que você tem nos outros países, foi o teto de gastos”, afirmou Mesquita, em referência à regra que vigorou de 2017 a 2023, limitando o crescimento das despesas públicas à variação da inflação.

“Achar que a gente vai ter taxa de juros nominal e real civilizada, em linha com o que você observa em outros países, com a política fiscal que o Brasil tem é meio autoengano”, acrescentou o ex-diretor do banco central.

Na semana passada, o ex-presidente do banco central Armínio Fraga afirmou que o país apresenta sintomas muito graves de um “paciente na UTI”, com juros futuros “na lua”, destacando que somente a política fiscal pode ajudar o BC no seu mandato de domar a inflação.

A moeda brasileira teve alta de mais de 8% no ano até agora, recuperando-se de uma queda que superou 20% em 2024, enquanto os juros futuros começaram a ceder após fortes altas vistas em dezembro.

Ainda assim, muitos economistas continuam preocupados com a resistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um ajuste fiscal mais rigoroso, num cenário em que a crescente dívida pública fica muito mais cara à medida que o BC eleva agressivamente as taxas de juros para controlar a inflação, impulsionada por uma economia aquecida e uma taxa de câmbio ainda enfraquecida.

O teto de gastos constitucional, aprovado há quase uma década, foi inicialmente visto como um pilar fiscal importante, junto com outras reformas significativas que fizeram juros futuros de cinco anos rondarem o patamar de 6%, em comparação com cerca de 14% atualmente.

Em 2023, Lula substituiu o teto constitucional por um modelo mais flexível, permitindo um crescimento real dos gastos de até 2,5%, associado à definição de metas de resultado primário para as contas públicas.

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