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segunda-feira, 8 dezembro, 2025
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‘É cumplicidade ou burrice’, diz economista, sobre rombo bilionário nos Correios

Por Alexandre Gomes

Para Alexandre Bertoncello, o governo Lula insiste em um processo sem lógica econômica

A deterioração financeira dos Correios ganhou novo capítulo neste trimestre e acendeu alertas no mercado. A estatal acumula R$ 6 bilhões em perdas no ano, soma o 13º trimestre seguido no vermelho e tornou-se o principal fator de piora no resultado das empresas controladas pela União. Em entrevista ao Jornal da Oeste, o economista Alexandre Bertoncello criticou a postura do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva diante do aumento das despesas e do plano de captação de R$ 20 bilhões.

O especialista afirma que o país corre risco de entrar em rota de insolvência se continuar ampliando gastos sem contrapartidas fiscais. “Um país que gasta mais com dívidas do que com educação ou saúde está fadado a quebrar”, afirma.

Para ele, a insistência em manter a gestão política da estatal agrava o problema. “É cumplicidade ou burrice”, indagou Bertoncello. “Os Correios estão deficitários por incapacidade gerencial, e o governo continua apoiar essa incapacidade.”

Efeito Correios empurra estatais ao pior resultado desde 2002

Os números divulgados na sexta-feira 28, mostram que as estatais federais fecharam o período de janeiro a outubro com R$ 6,35 bilhões negativos, resultado que já se aproxima do pior desempenho da série histórica. O rombo superou o limite autorizado pelo governo e forçou o Ministério do Planejamento a bloquear R$ 3 bilhões do Orçamento deste mês.

Segundo o Banco Central, o salto no déficit decorre, sobretudo, do colapso financeiro dos Correios. A empresa viu a receita cair 12,7%, para R$ 12,3 bilhões. Ao mesmo tempo, as despesas gerais e administrativas subiram 53,5%, passando de R$ 3,1 bilhões para R$ 4,8 bilhões até setembro.

O principal fator desse aumento foram precatórios, que consumiram R$ 2,1 bilhões em 2025; contra R$ 483 milhões um ano antes. A estatal também gastou R$ 157 milhões em juros de empréstimos contratados entre dezembro de 2024 e junho de 2025.

A projeção interna revela que o prejuízo pode chegar a R$ 10 bilhões até dezembro e atingir R$ 23 bilhões em 2026, caso não haja mudança estrutural. A nova administração da estatal tenta executar um plano de reestruturação, que inclui captação de R$ 20 bilhões com um consórcio de bancos.

O Ministério da Fazenda reconhece a gravidade. Nesta semana, o secretário-executivo Dario Durigan afirmou que os números ficaram “muito distantes do projetado” e que a situação “tem incomodado” o governo.

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