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sábado, 22 fevereiro, 2025
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Dólar intensifica queda e bolsa arranca após Lula despencar no Datafolha

Por Alexandre Gomes

Pesquisa mostra que governo atingiu índice de aprovação de 24%, o pior nos três mandatos

Os principais indicadores do mercado financeiro brasileiro reagiram positivamente à piora da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme pesquisa do Datafolha publicada nesta sexta-feira (14).

No mercado de câmbio, o dólar acelerou a perda ante o real e encerrou a sessão na mínima do dia, com queda de 1,2% e cotado a R$ 5,697 na venda — a primeira vez abaixo de R$ 5,70 desde o início de novembro.

Por volta das 16h, quando a pesquisa foi publicada, a moeda norte-americana era negociado ao redor de R$ 5,71.

O movimento de melhora também foi percebido no Ibovespa, referência para a bolsa de valores do Brasil.

O indicador fechou o dia com avanço de 3%, aos 128,218 pontos, acelerando a alta vista ao redor da publicação da pesquisa, quando rondava os 127,3 mil pontos.

Em seus três mandatos (2003-2006, 2007-2010 e o atual), esse é o menor índice de ótimo ou bom do presidente.

A última pesquisa divulgada até então, em dezembro do ano passado, apontava a aprovação do governo em 35% — ou seja: houve uma queda de 11 pontos percentuais. A margem de erro é de dois pontos para mais ou para menos.

A colunista de economia do CNN Money, Solange Srour, afirmou que a pesquisa trouxe surpresa aos investidores por mostrar uma queda rápida e abrupta da avaliação do presidente.

“O mercado ainda está digerindo como isso aconteceu”, disse. “A gente tem uma avaliação de que a inflação pega muito a popularidade, mas não influencia sozinha. Talvez tenha um efeito da questão da “taxação do Pix”.

Segundo a economista, a reação positiva dos investidores não está necessariamente na expectativa de mudança no governo do país em 2026.

“Esse governo mesmo quando sinaliza uma política fiscal um pouco mais ordenada, ortodoxa, que coloca uma previsibilidade, o mercado melhora. Tanto é que melhorou depois de toda a confusão de novembro”.

“Eu acho que está muito cedo hoje para o mercado prever quando vai haver essa mudança de política econômica. Tem muita coisa para rolar e o cenário externo ainda está muito volátil”, pontuou.

E esse movimento do mercado logo após a divulgação do Datafolha não é nenhuma coincidência, avalia Daniel Telles, economista da Valor Investimentos.

“Após a divulgação da pesquisa, a bolsa ter dado uma guinada, acho que esse ponto é muito relevante, porque pela primeira vez há um recado claro de que uma possível não reeleição do Lula agrada o mercado”, observa Teles.

O economista elenca uma série de desgastes que ocorrem na relação entre a gestão petista e os agentes econômicos nos últimos meses, como a divulgação do pacote de contenção fiscal em paralelo à proposta de isenção do Imposto de Renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e a crise de comunicação em torno da fiscalização da Receita Federal sobre o Pix.

“Tudo isso entra no radar e o mercado dá o recado de que, opa, se você está perdendo força, do lado de cá, acreditamos que outro tipo de governo, com outro tipo de filosofia mais pró mercado é o melhor para o Brasil”, conclui.

Marcelo Bolzan, planejador financeiro e sócio da The Hill Capital, também destaca o tamanho do tombo da avaliação do presidente na reação dos mercados.

“Chama muito a atenção porque ele nunca teve uma avaliação tão ruim. A reprovação do governo foi recorde. Então isso trouxe um otimismo maior”, diz.

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