Em fevereiro, os investidores estrangeiros retiraram R$ 9,452 bilhões da B3, marcando a maior saída de capital para o mês desde 2020. Esse movimento reflete a postergação das expectativas em relação ao início do ciclo de redução de juros nos Estados Unidos.
Embora o Brasil apresente perspectivas de uma taxa Selic de um dígito, o que teoricamente tornaria a renda variável mais atrativa, os investidores estrangeiros têm optado por direcionar seus recursos para os Estados Unidos, vistos como um refúgio seguro. Além disso, as bolsas norte-americanas têm sido atraentes, especialmente o segmento de tecnologia, em virtude do avanço da inteligência artificial.
Daniel Barros, Head of Global Markets LatAm do UBS BB, prevê que o fluxo de saída de capital estrangeiro permanecerá negativo por aproximadamente mais dois meses. Para reverter esse quadro, seriam necessários catalisadores internos, como ajustes na política fiscal do Congresso brasileiro, e uma decisão do Federal Reserve dos EUA sobre o início do ciclo de redução de juros.
Em outros movimentos do mercado, os investidores institucionais retiraram R$ 927,137 milhões da Bolsa em 29 de fevereiro, apesar de ter havido uma entrada líquida de R$ 896,747 milhões ao longo do mês. Enquanto isso, os investidores individuais aportaram R$ 474,079 milhões no mesmo dia e R$ 3,884 bilhões em fevereiro. Por fim, as instituições financeiras investiram R$ 22,104 milhões em 29 de fevereiro, com uma entrada líquida de R$ 4,379 bilhões no mês.