O Tribunal de Justiça de São Paulo aprovou o pedido de recuperação extrajudicial da Casas Bahia, que envolve a renegociação de dívidas no valor de R$ 4,1 bilhões. O pedido foi protocolado no domingo à noite e já estava acordado com os principais credores, Bradesco e Banco do Brasil, que detêm 54,5% dos débitos. Portanto, o acordo também se aplica aos outros credores dispersos, incluindo pessoas físicas.
O CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, afirmou que espera a homologação do plano em 37 dias, incluindo um prazo inicial de 7 dias mais os 30 dias previstos em lei. Embora esse prazo possa ser estendido por mais 60 dias, a empresa acredita que os 30 dias serão suficientes, já que o plano foi elaborado em conjunto com os credores. A aprovação do plano de recuperação extrajudicial requer o consentimento de 50% mais 1 dos credores.
O valor renegociado, envolvendo a 6ª, 7ª, 8ª e 9ª séries de debêntures, tinha um custo médio de CDI + 2,7% e um prazo de 22 meses. Agora, o custo está em CDI + 1,2%, com um prazo de 72 meses. De acordo com os cálculos da empresa, o novo perfil da dívida economizará R$ 4,3 bilhões em caixa até 2027, com R$ 1,5 bilhão somente em 2024. Como contrapartida, os principais bancos credores terão o direito de converter 63% dos valores devidos em ações da varejista.
O acordo inclui um período de carência de 24 meses para pagamento de juros e 30 meses para pagamento do principal. Antes da renegociação, a empresa teria que desembolsar R$ 4,8 bilhões até 2027. Agora, o montante a ser pago no mesmo período é de apenas R$ 500 milhões. A Casas Bahia conta com o escritório Pinheiro Neto como assessor jurídico e a Lazard como assessor financeiro.
