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domingo, 1 junho, 2025
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Crise reduz qualidade alimentar do brasileiro

Por Alexandre Gomes

Com menos dinheiro no bolso, consumidor troca a chamada ‘comida de verdade’ por produtos mais baratos e ultraprocessados

O brasileiro vem sendo obrigado a adaptar a sua alimentação diante da crise econômica que patrocina a escalada de preços e o aperto no orçamento doméstico. Dados da Kantar, uma das maiores empresas de pesquisa de mercado, mostram que, sob pressão inflacionária, o consumidor trocou refeições em restaurantes e alimentos frescos por produtos mais baratos e industrializados.

O óleo de soja, por exemplo, ficou 17,5% mais caro, mas ainda assim registrou aumento de 0,5% no volume vendido. O movimento revela que as famílias direcionam seus recursos a itens básicos de preparo doméstico, priorizando marcas mais baratas e ofertas de promoção.

Crise e falta de reação agravam o problema

O relatório da Kantar reforça que a piora dos hábitos alimentares não é uma escolha, mas uma imposição econômica. Sem respostas efetivas do governo, cresce a dependência de produtos mais baratos e com menor qualidade nutricional. Assim, a crise não afeta apenas a saúde física das pessoas; atinge a saúde econômica do varejo alimentício, em razão da menor frequência de clientes nos restaurantes.

Para fechar as contas, o brasileiro reforçou a presença dos chamados “pacotinhos” no seu cardápio diário. Categorias como mercearia salgada, doces, bebidas e itens perecíveis cresceram em unidades vendidas, impulsionadas pela escolha de embalagens menores e mais baratas.

Na direção oposta, o consumo fora de casa desabou. Houve queda de 8,3% no número de itens — como pratos, lanches e bebidas — e de 20,9% no volume total. A disparada dos preços explica o movimento. Almoçar fora custa, em média, R$ 35,40, alta de 22,1% em um ano. Acostumado a fazer piadas mesmo com as próprias dificuldades, muitos brasileiros aderiram à onda dos memes.

Até a escolha das proteínas reflete essa mudança. O ovo, mesmo com o preço em alta, tornou-se protagonista nas casas brasileiras, sobretudo no café da manhã, por ser mais barato e prático do que outras fontes de proteína, como as carnes e seus derivados.

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