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quinta-feira, 2 maio, 2024
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Crise fiscal abala o real: Dólar em ascensão para R$ 5,2688

Por Alexandre G.

Em meio à incerteza global, impulsionada pelos desdobramentos do conflito entre Irã e Israel e pela incerteza em relação aos juros nos Estados Unidos, o dólar fechou em alta nesta terça-feira (16), atingindo R$ 5,2688, o maior nível desde março do ano passado. Durante o dia, a moeda americana chegou a tocar R$ 5,28.

Analistas atribuem essa elevação à deterioração geral dos mercados globais, com o Brasil sendo especialmente afetado pela preocupação com a política fiscal. O governo anunciou ontem a mudança da meta de resultado primário de 2025, passando de um superávit de 0,5% do PIB para um déficit zero, alinhando-a à meta de 2024. Além disso, adiou a obtenção de um saldo positivo de 1% do PIB, de 2026 para 2028.

Em Washington, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou acalmar os mercados, argumentando que o ajuste na meta fiscal foi feito com base em aprendizados anteriores e para estabelecer uma trajetória de estabilidade da dívida no médio prazo. Ele também observou que, no governo de Jair Bolsonaro, o dólar atingiu R$ 6,00 e as taxas de juros futuras subiram consideravelmente, mas que esses cenários se ajustaram posteriormente.

Entretanto, profissionais do mercado financeiro relataram uma maior demanda por moeda estrangeira durante o dia, principalmente de estrangeiros, indicando uma piora na percepção sobre as contas públicas e levando a uma saída de investimentos da Bolsa e do país.

Haddad também destacou que dois terços do que está acontecendo no Brasil são influenciados pelo cenário externo, citando a atividade econômica nos EUA, a inflação americana de março, o conflito no Oriente Médio e o preço do petróleo como fatores relevantes.

A mudança na meta fiscal anunciada pelo governo recebeu críticas do mercado financeiro. O economista-chefe da Reag Investimentos, Marcelo Fonseca, prevê que essa alteração poderá levar o Banco Central a elevar os juros no próximo ano em até dois pontos percentuais, passando de 9,5% para 11,5%. Fonseca observa que essa mudança enfraquece o Arcabouço Fiscal ao não acionar mecanismos de correção de rumo frente à expansão de gastos.

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