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quarta-feira, 4 dezembro, 2024
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Crise do Governo: Lula tem reprovação de 90% no mercado

Por Alexandre Gomes

A mais recente pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 4 de dezembro, escancara o aumento da insatisfação do mercado financeiro com o governo de Luiz Inácio Lula da Silva. O levantamento revela que a reprovação entre gestores, economistas, analistas e operadores de fundos de investimento subiu de 64% em março para alarmantes 90% agora, refletindo um crescente descrédito nas políticas e direções adotadas pela gestão petista.

O índice é ainda mais simbólico ao retornar ao patamar observado no início do mandato de Lula, quando a mesma fatia de profissionais já manifestava sua desaprovação. Este cenário reflete a desconfiança crônica e estrutural entre o governo e o setor econômico, agravada pelos recentes anúncios fiscais que causaram reações negativas.

Pacote fiscal: a gota d’água

O pacote de ajuste fiscal apresentado na última semana de novembro foi o estopim para a deterioração do humor do mercado. Em vez de acalmar os investidores, a medida foi interpretada como uma tentativa insuficiente e tardia de frear a trajetória descontrolada dos gastos públicos. O resultado? A percepção de fragilidade na condução da política econômica, com uma equipe incapaz de lidar com desafios estruturais, como o aumento da dívida pública e o controle inflacionário.

A queda na avaliação regular do governo de 30% para 7%, e a aprovação estagnada em 3%, reforçam a imagem de um Executivo que falha em inspirar confiança.

Confiança em Lula: quase inexistente

Um dado particularmente crítico da pesquisa é que 97% dos entrevistados não confiam ou confiam pouco em Lula. Esse número revela uma crise de credibilidade que extrapola o campo econômico, afetando a visão geral sobre a liderança presidencial.

Enquanto isso, figuras como Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, seguem sendo elogiadas pelo setor. Com 70% de confiança, Campos Neto é visto como um dos poucos pontos de estabilidade em um governo que parece estar constantemente no centro de incertezas.

Projeções políticas preocupantes

O cenário político também alimenta o pessimismo. A perspectiva de Lula disputar a reeleição em 2026 é vista como improvável de sucesso por 66% dos entrevistados. Com Jair Bolsonaro, ainda, inelegível, Tarcísio de Freitas desponta como o nome favorito da direita, enquanto Fernando Haddad, ministro da Fazenda, é apontado como o provável herdeiro da candidatura petista caso Lula opte por não concorrer.

O mercado também enxerga fragilidade na articulação política do governo. A troca no comando do Congresso, com Davi Alcolumbre no Senado e Hugo Motta na Câmara, é vista como um complicador adicional para as já difíceis negociações de Lula com o Legislativo.

Os números não deixam dúvidas: o governo Lula é visto pelo mercado como um gestor ineficaz e desalinhado às necessidades econômicas do país. A desconfiança nas diretrizes adotadas, somada à percepção de fraqueza política, projeta um cenário preocupante para os próximos anos.

A avaliação negativa, que atinge quase unanimidade, não pode ser ignorada. Em vez de fortalecer a estabilidade fiscal e criar condições para o crescimento, o governo parece caminhar na direção oposta, afastando investidores e alimentando a incerteza sobre o futuro do Brasil.

Se o governo Lula não buscar rapidamente reverter essa situação com medidas concretas e responsáveis, o país pode enfrentar não apenas o descrédito do mercado, mas um impacto ainda mais profundo em sua economia e na confiança geral da sociedade.

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