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segunda-feira, 7 outubro, 2024
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Corte dramático: Copom interrompe série de quedas e mantém Selic em 10,50%

Por Marina B.

Após sete reduções consecutivas ao longo de um ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em decisão unânime, interrompeu o ciclo de cortes na taxa básica de juros, mantendo a Selic em 10,50% ao ano. O mercado já esperava essa decisão, diante do impasse do governo Lula na condução da política fiscal e do aumento das expectativas de inflação.

Além do resultado, a grande expectativa dos agentes estava no placar da decisão, especialmente após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva retomar as críticas ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. A votação unânime agradou o mercado, após a forte divisão observada na reunião de maio.

Naquela ocasião, cinco diretores herdados do governo Jair Bolsonaro votaram por uma redução de 0,25 ponto percentual na Selic, enquanto os quatro indicados por Lula defenderam uma queda maior, de 0,5 ponto. A divisão levantou suspeitas de uma possível fragmentação política dentro do Copom e gerou incertezas no mercado, contribuindo para a alta expressiva do dólar nas últimas semanas.

A expectativa sobre o novo placar aumentou após declarações de Lula nesta terça-feira, 19, em entrevista à CBN. Lula afirmou que o chefe da autoridade monetária não demonstra capacidade de autonomia, tem lado político e trabalha para prejudicar o País. Ele argumentou que o cenário atual do Brasil exige juros mais baixos para incentivar o investimento dos empresários e comparou Campos Neto ao ex-juiz Moro, dizendo que o presidente do BC tem o mesmo papel, “com rabo preso a compromissos políticos”.

Juros reais

O Brasil segue em segundo lugar no ranking mundial dos juros reais (descontada a inflação). Segundo levantamento do site MoneyYou com 40 economias, o Brasil apresenta uma taxa de juros real de 6,79%, ficando atrás apenas da Rússia (8,91%). Em terceiro lugar está o México (6,52%).

A média das 40 economias pesquisadas é de 0,36%. Conforme a informação mais recente divulgada pelo BC, o juro neutro brasileiro, que não estimula nem contrai a economia e, consequentemente, não acelera nem alivia a inflação, era estimado pela instituição em 4,5%. Em reunião do mercado com o BC no início deste mês, economistas cogitaram a possibilidade de o juro real neutro já estar próximo de 6%.

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