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segunda-feira, 31 março, 2025
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Copom volta a subir juros e projeta economia mais fraca para conter inflação. Brasil segue entre os maiores juros reais do mundo

Por Alexandre Gomes

Documento do Banco Central indica desaquecimento como estratégia para atingir meta inflacionária; Selic atinge 14,25% ao ano

A ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) revela que a perda de ritmo da economia é vista como essencial para trazer a inflação ao centro da meta, fixada em 3%. O Banco Central aponta sinais de arrefecimento na atividade econômica, mas alerta para um mercado de trabalho ainda aquecido.

O comitê identificou indícios de desaceleração nos setores de serviços, indústria e ocupação. O Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,2% no quarto trimestre de 2024, contra altas anteriores de 1,3% e 0,7%. Mesmo assim, o Copom reiterou que o mercado de trabalho segue mais aquecido do que o esperado.

Selic volta ao patamar do governo Dilma

Na reunião de 19 de março, o comitê elevou a Selic em 1 ponto porcentual e fixou a taxa em 14,25% ao ano. Esse é o mesmo nível registrado no final do governo Dilma Rousseff (PT), em 2016. A decisão busca alinhar as expectativas dos agentes econômicos com o compromisso da autoridade monetária de conter a inflação. O comitê sinalizou que, em maio, o ajuste pode ser menor.

O Copom considera que as expectativas inflacionárias voltaram a subir em todos os horizontes

O IPCA acumulado em 12 meses até fevereiro alcançou 5,06%, acima do teto da meta, que permite até 4,5%. O Copom considera que as expectativas inflacionárias voltaram a subir em todos os horizontes, o que tornou o cenário mais desafiador. A autoridade reafirma a necessidade de manter a política monetária contracionista.

A percepção negativa sobre a situação fiscal, aliada a medidas de estímulo ao consumo e à instabilidade da dívida pública, contribuem para a pressão inflacionária. O BC não citou diretamente a ampliação da isenção do IR, a liberação do FGTS ou alterações no consignado, mas esses fatores influenciam o diagnóstico do mercado.

Brasil segue entre os maiores juros reais do mundo

A taxa real de juros projetada para os próximos 12 meses está em 8,79%. O Brasil ocupa a quarta posição global e fica atrás apenas de Turquia, Argentina e Rússia.

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