Estatal deve fechar 2025 com R$ 10 bilhões de prejuízo
O conselho administrativo dos Correios aprovou, na manhã deste sábado, 29, a contratação de um empréstimo de R$ 20 bilhões
A operação envolve cinco bancos, e é parte do plano de reestruturação da estatal.
O negócio terá garantia do Tesouro Nacional, o que torna quase nulo o risco de prejuízo das instituições envolvidas.
O sindicato de bancos é formado por Banco do Brasil, Citibank, BTG Pactual, ABC Brasil e Banco Safra.
O valor da negociação atende integralmente ao pedido dos Correios e corresponde a estimativas do plano de recuperação apresentado pela nova gestão da companhia.
A companhia registrou um saldo negativo de R$ 6,1 bilhões de janeiro a setembro de 2025, e o prejuízo deve chegar a R$ 10 bilhões só neste ano.
Projeções da própria estatal revelam que, caso não fosse aprovado o empréstimo, o prejuízo em 2026 chegaria à casa dos R$ 20 bi, em decorrência das multas previstas em contratos com fornecedores em casos de atraso no pagamento.
As projeções estimam que, em cinco anos, o rombo anual dos Correios, consideradas as multas previstas em contratos firmados pela empresa, chegaria a R$ 70 bilhões.
Correios negociaram condições melhores
Mesmo com o aval soberano, as instituições financeiras envolvidas na negociação vinham fazendo exigências duras, como lucro mínimo e recebíveis futuros da empresa como garantia adicional. As condições foram flexibilizadas, e a taxa de juros foi fixada em 136% do CDI (Certificado de Depósito Bancário).
A tabela de custo máximo aprovada pelo comitê de garantias do Tesouro Nacional prevê um teto de 120% do CDI em operações desse tipo. Esta diferença implica em um custo adicional de centenas de milhões de reais ao valor final do empréstimo, o que abre margem para questionamentos de órgãos de controle.