O Citigroup anunciou seus planos de cortar 20 mil empregos no “médio prazo” após apresentar seu pior resultado trimestral em 15 anos. Durante o trimestre, o Citi registrou um prejuízo de US$ 1,8 bilhão, atribuído a despesas relacionadas à reestruturação, a saída da Rússia e a desvalorização do peso argentino.
Na semana anterior, o banco divulgou que enfrentaria mais de US$ 4 bilhões em encargos e despesas no trimestre, incluindo US$ 800 milhões ligados à significativa reforma que está implementando. Esse montante também incorporou uma “avaliação especial” de US$ 1,7 bilhão da Corporação Federal de Seguro de Depósitos (FDIC), relacionada às falências de bancos regionais do ano passado, perdas vinculadas à desvalorização da moeda argentina e despesas relacionadas à liquidação das operações na Rússia, ultrapassando US$ 500 milhões.
Excluindo encargos não recorrentes, o lucro trimestral caiu mais de 20% em comparação com o quarto trimestre de 2022, totalizando mais de US$ 1,5 bilhão, embora tenha superado as expectativas dos analistas. As receitas trimestrais diminuíram 3%, atingindo US$ 17,4 bilhões. O lucro anual do Citi diminuiu 38% em relação ao ano anterior, alcançando US$ 9,2 bilhões.
O banco continuou a beneficiar-se da resiliência inesperada da economia dos EUA, com os gastos com cartões de crédito impulsionando as receitas da divisão de consumo em 12%, enquanto os gastos corporativos ajudaram a aumentar as receitas da divisão de serviços de tesouraria em 6%. A divisão de banco de investimento também apresentou um desempenho positivo, com as comissões subindo mais de 20% para quase US$ 1 bilhão, o melhor resultado em mais de dois anos.
No entanto, as receitas provenientes de empréstimos às empresas caíram 26% devido às taxas de juros mais altas que afetaram a demanda por crédito. A diminuição da volatilidade de mercado no final do ano também impactou negativamente os traders do banco, com as receitas provenientes da venda e negociação de títulos, commodities e moedas registrando uma queda de 25%
