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sábado, 19 julho, 2025
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Cobiçado por Trump, setor mineral se reúne com governo para debater tarifa

Por Alexandre Gomes

Autoridades brasileiras avaliam que minerais – sobretudo terras raras – podem receber tratamento especial no contexto das tarifas

O comitê interministerial criado para definir a resposta brasileira à tarifa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos do Brasil se reúne nesta sexta-feira (18) com representantes do setor mineral — apontado como peça-chave nas negociações com o governo de Donald Trump.

A reunião será comandada pelo vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), e contará com a presença do diretor-presidente do Ibram (Instituto Brasileiro de Mineração), Raul Jungmann.

Autoridades brasileiras ouvidas pela reportagem avaliam que os minerais — sobretudo as terras raras — podem receber um tratamento especial no contexto das tarifas.

A movimentação ocorre em meio a uma corrida global por minerais raros, insumos essenciais para a produção de baterias, semicondutores e tecnologias de ponta.

Hoje, esse mercado é dominado quase exclusivamente pela China. Reduzir a dependência em relação a Pequim tem sido uma das prioridades da nova gestão Trump.

E quem desponta como principal interessado nos minerais brasileiros, hoje comprados majoritariamente pela China, são justamente os americanos. Atualmente, o mercado chinês responde por cerca de 70% das exportações do setor mineral do Brasil.

Somente em 2025, já ocorreram duas reuniões entre representantes enviados por Trump e autoridades brasileiras para tratar do tema. Na mais recente, no fim de junho, o representante norte-americano foi o encarregado de Negócios da embaixada dos EUA, Gabriel Escobar.

A pauta da reunião foi avaliar possibilidades de cooperação entre Brasil e Estados Unidos na produção de minerais críticos. O encontro foi organizado pelo Ibram.

As autoridades brasileiras também avaliam que há margem para incluir no “regime especial” minerais estratégicos como lítio, cobalto e níquel.

Um dos principais argumentos do Brasil na mesa de negociação com os EUA será justamente a dominância chinesa nesse mercado.

A China detém mais de 80% da capacidade global de produção de células de bateria, além de concentrar mais da metade do processamento mundial de lítio e cobalto, segundo dados da Agência Internacional de Energia.

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