A inflação de alimentos no Brasil em 2025 deve ser pressionada por preços mais altos de commodities agrícolas como carnes, café e açúcar, que desempenham papel fundamental na cesta básica, segundo especialistas consultados pelo Broadcast Agro.
Perspectivas para Commodities e Grãos
Commodities softs, como açúcar e café, devem exercer pressão intermediária sobre a inflação, enquanto os grãos, como soja e milho, têm previsão de impacto neutro devido à estabilidade dos preços.
Gabriela Faria, economista da Tendências Consultoria, destaca que as proteínas terão o maior impacto, com o preço das carnes podendo aumentar até 16,6%, refletindo diretamente no custo para o consumidor. A produção limitada de café e açúcar também deverá contribuir para a inflação, com novas altas históricas no varejo sendo esperadas.
Inflação e Impacto no IPCA
O grupo Alimentação e Bebidas apresentou alta de 1,47% em dezembro de 2024, contribuindo significativamente para o IPCA-15 do período. A Tendências Consultoria projeta um aumento de 6,2% no IPCA de alimentos em 2025, após alta de 9,1% em 2024, com viés de alta devido à pressão contínua de commodities e produtos agrícolas.
Influência do Clima e Câmbio
Produtos como hortaliças, frutas e verduras, que são sensíveis a variações climáticas, também devem influenciar a inflação. A seca histórica de 2024 impactou as lavouras, e as condições climáticas dos próximos meses serão determinantes para a recuperação da produção.
José Carlos Hausknecht, sócio-diretor da MB Agro, destaca que o câmbio será um fator decisivo. Caso o dólar permaneça acima de R$ 6, a inflação de alimentos poderá ser ainda mais pressionada, levando o Banco Central a manter uma política monetária restritiva.
Pressão Econômica
Com uma política fiscal considerada incerta pelo mercado, combinada a preços sustentados de commodities, as projeções indicam um ano desafiador para o controle da inflação alimentar, mantendo a pressão sobre o poder de compra dos consumidores e as políticas econômicas do governo.