O governo dos Estados Unidos anunciou uma tarifa de 50% sobre a carne bovina brasileira, afetando cerca de 35% do valor das exportações brasileiras para os EUA. A medida já impacta os principais protagonistas da cadeia de agroexportação e preocupa o setor com perdas estimadas em até US$ 1 bilhão até o fim do ano.
Segundo líderes das exportadoras brasileiras de carne, a expectativa era atingir 400 mil toneladas exportadas aos EUA em 2025, mas a nova tarifa tornou o negócio inviável, já que os envios da primeira metade do ano somaram 181 mil toneladas. O setor teme que o impacto econômico se intensifique com a suspensão de contratos e o encarecimento dos fretes.
A restrição atinge precisamente os cortes mais consumidos no mercado americano – vital para redes como fast food –, enquanto cerca de 700 produtos brasileiros foram isentados, entre eles suco de laranja, minérios e aeronaves. A carne, porém, ficou de fora das exceções, ampliando a sensação de retaliação política por parte dos EUA.
Do ponto de vista conservador, o tarifaço revela a fragilidade da dependência externa sem defesa diplomática estratégica adequada. A medida reforça a urgência de diversificação de mercados, fortalecimento da produção nacional com valor agregado e adoção de uma agenda liberal que incentive investimentos privados.
Em resposta, o governo já sinalizou protocolos de negociação diplomática e possíveis medidas de reciprocar por meio da nova Lei de Reciprocidade Comercial. A retaliação comercial expõe a necessidade de proteção institucional, apoio à agroindústria e recuperação da confiança internacional do Brasil.