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sexta-feira, 31 outubro, 2025
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Caged: Geração menor de vagas no ano confirma esfriamento da economia

Por Alexandre Gomes

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira (30) pelo Ministério do Trabalho e Emprego apontam que o país criou 213 mil novas vagas em setembro, número que está acima da expectativa do mercado, de 170 mil. No entanto, no acumulado do ano, há uma leve desaceleração, se comparado ao mesmo período do ano passado.

De janeiro a setembro, foram criadas 1,7 milhão de novas vagas, contra 1,9 milhão no mesmo período de 2024.

Para os economistas, os dados ilustram a tendência de desaceleração lenta da atividade econômica.

Desaceleração ‘gradual’ e ‘suave’

Rodolfo Margato, economista da XP, destaca que, embora o dado tenha sido positivo para o mês de setembro, a leitura do indicador em um período de tempo mais prolongado – de janeiro a setembro deste ano, em comparação com o ano passado – tem um leve declínio. Isso reforça o quadro de desacelação econômica, ainda que gradual.

Fernando de Holanda Barbosa Filho, economista Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre), destaca que o mercado de trabalho se mostra mais resiliente do que era esperado. “Estamos declinando devagar, é uma desaceleração suave, mas nada para gerar pânico. A economia continua resiliente, o que é impressionante depois de tanto tempo com juros restritivos”, avalia.

André Valério, economista sênior do Inter, também vê uma tendência de acomodação no indicador. “A tendência é de acomodação no mercado de trabalho, com o saldo acumulado em 12 meses atingindo o menor valor do ano, 13% abaixo do observado em setembro do ano passado”, pontua.

A XP projeta uma criação líquida de 1,34 milhão de postos formais em 2025, após 1,68 milhão em 2024. Para 2026, a projeção é de uma adição líquida de 950 mil empregos formais.

Salários em alta

Margato desta que o salário médio nominal, sem descontar a inflação, teve aumento de 5,9% em setembro, comparado ao mesmo mês do ano anterior. Já o salário nominal de desligamento (registrado na carteira quando o trabalhador sai da empresa) teve avanço de 7% na comparação com setembro de 2024, acima do ritmo observado nos meses anteriores.

Em termos reais (ajustado pela inflação), o salário médio de admissão recuou 0,1% e o de desligamento subiu 0,3%.

Pedidos de demissão em alta

Margato destaca ainda que o número de desligamentos a pedido segue alto, o que reforça a percepção de um mercado de trabalho aquecido, com opções para o trabalhador.

A XP projeta que a taxa de desemprego será de 6% no final de 2025 e de 6,3% no final de 2026, com ajuste sazonal, indicando “um mercado de trabalho apertado”, avalia Margato.

Atividade econômica

Segundo Margato, a projeção da XP para o Produto Interno Bruto (PIB) é de leve desaceleração para o fim do ano, comparado aos dois primeiros trimestres, mas ainda em cenário positivo. “Vem ocorrendo uma desaceleração da atividade, porém o PIB e outras métricas importantes do tema seguem em território positivo.”

De acordo com o economista, a XP projeta um ritmo de crescimento do PIB de 0,2% no terceiro e quarto trimestres, após uma média de 0,8% no primeiro e segundo trimestres.

Apesar dos pesares, o mercado de trabalho está aquecido, mas este aquecimento é “menos grave” do que parecia, avalia Barbosa, do ponto de vista do controle da inflação.

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