Alta nos preços de bebidas quentes e de medicamentos pressiona orçamento durante a estação fria
O preço do café em pó acumula alta de 89,6% em 12 meses e lidera a inflação entre os produtos mais consumidos no inverno. É o que mostra levantamento do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), com base no Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M).
Segundo o estudo, a variação de preços da chamada “cesta de inverno” foi de 2,82% em 12 meses, abaixo da inflação geral registrada pelo IPC-M no mesmo período, de 4,31%. Apesar disso, alguns itens pressionaram o bolso do consumidor.
Diferentemente de invernos anteriores, produtos ligados a lazer e turismo registraram quedas expressivas. O preço das passagens aéreas caiu 32,35%, enquanto o grupo de entretenimento e turismo recuou 14,47%. Entre os vestuários, agasalho infantil teve queda de 6,15% e calça infantil, de 3,01%.
Além do café, medicamentos e bebidas quentes também encarecem
O chocolate em pó subiu 17,92% no acumulado de 12 meses. No grupo das bebidas quentes, a alta geral foi de 26,20%, puxada principalmente pelo café. Já entre os medicamentos, os preços dos antigripais e antitussígenos subiram 5,88%, e os antialérgicos e broncodilatadores, 4,46%.
“O café em pó teve alta significativa e se destaca negativamente”, afirmou Matheus Dias, economista do FGV Ibre. “Já itens tradicionalmente inflacionários nesta época, como vestuário e calçados, estão entre as principais quedas, especialmente os infantis.”
Ele destaca ainda que o aumento no preço do café está ligado ao mercado internacional da commodity. “Embora o café tenha puxado os preços da cesta para cima, a inflação geral dos produtos de inverno ficou em 2,54%, ainda inferior à média geral”, conclui. “É um cenário melhor para o consumidor em relação a 2022, quando a inflação de inverno chegou a quase 26%”.
