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sexta-feira, 27 setembro, 2024
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Brasil sob cerco: Investidores estrangeiros focam em fertilizantes e energias verdes em meio à crise

Por Marina B.

O potencial do setor agropecuário brasileiro tem atraído a atenção global. Investidores estrangeiros estão cada vez mais interessados neste mercado, que, apesar de sua força, ainda depende fortemente da importação de fertilizantes. Na semana passada, empresários de 11 multinacionais de diversos países visitaram o Rio de Janeiro e anunciaram planos para ampliar seus investimentos no Brasil.

Convidados pela ApexBrasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos), os investidores dos setores de fertilizantes, energia verde e gás natural participaram do Rio + Agro, um fórum internacional dedicado ao desenvolvimento agroambiental sustentável, realizado pelo governo do Rio de Janeiro de 29 de julho a 2 de agosto.

Um dos principais objetivos da ApexBrasil foi destacar a necessidade urgente de investimentos em fertilizantes. Carlos Padilha, coordenador de Investimentos da ApexBrasil, explicou: “Realizamos um trabalho intenso para reduzir a dependência do Brasil em relação aos fertilizantes, especialmente os verdes, e atrair países que desenvolvem tecnologias com maior eficiência energética e menor pegada de carbono para o agronegócio brasileiro.”

Entre as empresas estrangeiras presentes, havia tanto aquelas ainda avaliando oportunidades no Brasil quanto outras já estabelecidas, como a EuroChem. Com sede na Suíça e presença no Brasil desde 2016, a EuroChem investiu mais de US$ 2,5 bilhões no país e possui mais de 20 plantas em operação em vários estados. Gustavo Horbach, diretor-presidente da EuroChem para a América do Sul, afirmou: “Este fórum foi um marco porque os investimentos são essenciais para reduzir a dependência internacional e promover um desenvolvimento sustentável. O país avançou muito em tecnologia, mas precisava investir mais em diálogo.”

A Atlas Agro, gigante suíça especializada em fertilizantes nitrogenados com zero emissões de carbono, anunciou planos para construir sua primeira fábrica de fertilizantes nitrogenados a partir de hidrogênio verde em Uberaba, Minas Gerais, com um investimento de aproximadamente R$ 4,3 bilhões. Rodrigo Santana, diretor de Operações da Atlas Agro, disse: “À medida que a planta de Uberaba avança, consideraremos outras localidades.”

O grupo francês Helexia, presente no Brasil há três anos, vende soluções de “segurança energética”, como estruturas solares para áreas rurais. Aurelien Maudonnet, CEO da Helexia, comentou: “Chegamos sem saber com quem falar, mas agora temos uma visão clara.”

A suíça Casale anunciou a abertura de um escritório em São Paulo. Luca Pasco, responsável pelos negócios da Casale na América do Sul, explicou: “Estamos aqui para exportar nossa tecnologia para a produção de fertilizantes nitrogenados e uréia e apoiar os esforços estratégicos brasileiros.”

A Anodox, empresa sueca especializada em armazenamento de energia, também está se preparando para abrir seu primeiro escritório no Brasil, provavelmente no Rio de Janeiro. Ricardo Uerhara, head de Tecnologia da Anodox, afirmou: “Foi uma grande oportunidade para fazer networking e discutir soluções de descarbonização e investimentos no Brasil.”

O governo brasileiro está empenhado em viabilizar investimentos estrangeiros na área agrossocioambiental, visando a descarbonização da produção de fertilizantes. Fernando Matsumoto, coordenador-geral de Infraestrutura do Ministério de Minas e Energia, destacou: “Nossa estratégia inclui aumentar a oferta de gás natural nacional, promovendo concorrência e reduzindo custos, especialmente para o setor de fertilizantes, que é crucial para a segurança alimentar.”

Atualmente, mais de 87% dos fertilizantes utilizados pela agricultura brasileira são importados, de uma demanda anual de 45 milhões de toneladas. O Plano Nacional dos Fertilizantes tem como meta alcançar uma produção nacional que atenda entre 45% e 50% da demanda interna até 2050.

Com informações, Poder360.

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