Gabriel Galípolo, diretor de política monetária do Banco Central, destaca que o baixo nível de investimento no Brasil é uma preocupação significativa. Ele ressalta que, atualmente, os elementos geopolíticos têm uma influência cada vez maior na dinâmica dos preços, indicando a necessidade de uma reglobalização que não promova protecionismos, os quais podem aumentar a inflação.
Galípolo enfatiza a importância da comunicação do Banco Central nas decisões de políticas monetárias para orientar os investidores diante dessas tensões geopolíticas. Ele destaca a serenidade e a parcimônia presentes nos comunicados como formas de lidar com a volatilidade sem reações emocionais exacerbadas.
Durante um evento da Câmara Espanhola de Comércio em São Paulo, Galípolo também expressou preocupação com a baixa taxa de investimento no país, que é historicamente baixa. Ele mencionou que apenas 17% da riqueza produzida no Brasil é reinvestida, segundo dados do Santander. O que é considerado muito baixo. Essa queda pode estar relacionada à incerteza em torno da política monetária nacional e internacional.
No entanto, Galípolo acredita que o Brasil tem potencial para aumentar sua taxa de investimento, especialmente diante das oportunidades trazidas pela geopolítica, como o conceito de nearshoring. Ele enfatiza as vantagens competitivas do Brasil em termos de proteção ecológica e matriz energética mais limpa.
Olhando para o futuro, Galípolo observa que os eventos pós-guerra estão causando efeitos estruturais de longo prazo, com possíveis implicações na inflação. Nesse contexto, uma reglobalização cuidadosamente planejada pode ser benéfica, desde que não promova políticas protecionistas prejudiciais.
Assim, a comunicação clara e ponderada do Banco Central continua sendo crucial para orientar os investidores diante dessas complexidades geopolíticas e econômicas.