Investidores monitoram também as incertezas políticas na França e na Alemanha
O sinal negativo predomina entre as principais bolsas da Europa, com particular pressão sobre Londres, que reage à surpreendente aceleração dos salários no Reino Unido. Investidores monitoram também as incertezas políticas na França e na Alemanha.
Por volta das 06h30 (de Brasília), o índice Stoxx 600 caía 0,33%, a 514,14 pontos.
A taxa de desemprego britânica ficou estável em 4,3% nos três meses encerrados em outubro, segundo informou hoje o Escritório Nacional de Estatísticas (ONS, na sigla em inglês) do país.
Porém, o dado que repercutiu nas mesas de operações foi o avanço de 5,2% no salário semanal médio, excluindo-se bônus, acima do acréscimo de 4,9% no trimestre até setembro.
O indicador impulsionou a libra e levou os rendimentos dos Gilts britânicos aos maiores níveis em mais de 1 mês. O índice FTSE 100, referência em Londres, recuava 0,59%.
A avaliação é a de que o resultado não só consolida a já majoritária aposta por manutenção dos juros do Banco da Inglaterra (BoE) nesta quinta-feira (19), mas também reduz as chances de cortes no ano que vem.
Do outro lado do Canal da Mancha, o noticiário político segue no radar. O novo primeiro-ministro francês, François Bayrou, enfrenta a desafiadora missão de negociar o orçamento do ano que vem. Já o chanceler alemão, Olaf Scholz, perdeu ontem um voto de confiança no parlamento, que deve abrir caminho para eleições em fevereiro.
Na maior economia europeia, aliás, o índice Ifo de sentimento das empresas caiu a 84,7 em dezembro, mais fraco que o esperado. O número acentuou as perdas do euro, que baixava a US$ 1,0482. No entanto, o impacto nos negócios acionários foi limitado, com o índice DAX em leve queda de 0,01% em Frankfurt.
Em Paris, o índice CAC 40 subia 0,07%, com avanço de 1,47% em Airbus, depois que o Deutsche Bank elevou para “compra” a recomendação para o papel.
Entre outras praças, a Bolsa de Lisboa recuava 1,23% e a de Milão baixava 0,66%.