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segunda-feira, 25 novembro, 2024
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BC considera elevação da Selic; Economistas alertam para efeitos na dívida pública

Por Marina B.

A possível elevação da taxa de juros pelo Banco Central (BC) na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está gerando grande expectativa no mercado.

Na semana passada, Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC, mencionou que um aumento da Selic é uma das opções consideradas pelo Copom, que não hesitará em adotá-lo se for necessário para atingir a meta de inflação.

Analistas de mercado já alertaram que um aumento na taxa de juros terá efeitos negativos em diversos setores da economia, como varejo, indústria e construção civil. Além desses setores, o impacto também deve se refletir no valor da dívida pública do Brasil.

Em junho, a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) alcançou R$ 8,7 trilhões, de acordo com dados do BC. Economistas consultados pela CNN prevêem que esse valor pode aumentar ainda mais rapidamente caso a Selic seja elevada.

O ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, explicou à CNN que um aumento na Selic resultará em um custo mais alto para a dívida pública, uma vez que o governo terá despesas adicionais. Para cobrir esse custo extra, será necessário contrair mais empréstimos.

“Com o aumento do custo, o Tesouro terá que se endividar mais. Além disso, a alta da Selic afeta a economia, pois torna o crédito mais caro e reduz o consumo das pessoas físicas e o capital de giro das empresas,” afirma Nóbrega, que foi ministro da Fazenda durante o governo de José Sarney.

No entanto, ele observa que o impacto da alta dos juros na dívida pública não deve impedir o BC de aumentar a taxa Selic.

A professora Juliana Inhasz, do Insper, aponta que os efeitos da alta dos juros também estão ligados aos investimentos realizados pelos brasileiros. Quem compra títulos pós-fixados do Tesouro Direto, por exemplo, recebe um valor fixo e uma quantia variável, geralmente atrelada à taxa de juros, explica Inhasz.

“Uma Selic mais alta faz com que os investidores prefiram comprar esses títulos públicos, pois, com juros mais altos, o governo se torna mais arriscado e eles buscam um prêmio de risco maior,” diz ela.

Isso resulta, especialmente para os títulos pós-fixados, em um custo mais elevado para a dívida pública, pois o governo terá que pagar mais para atrair investidores. Consequentemente, isso aumenta o custo da dívida ao longo do tempo, tornando-a mais onerosa para o governo.

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