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quarta-feira, 23 outubro, 2024
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Bancos aumentam juros do crédito imobiliário e apertam condições de financiamento

Por Alexandre Gomes

Com a recente alta da taxa Selic pelo Banco Central, os bancos começaram a elevar as taxas de juros do crédito imobiliário, confirmando uma tendência já apontada pelo Broadcast em setembro, conforme divulgado pelo Broadcast+ do Estadão.

Neste mês, o Itaú Unibanco foi o primeiro a aumentar sua taxa média, que passou de 10,49% para 10,79% ao ano. Outros bancos, como Bradesco, Santander e BRB, também estão considerando reajustes, dependendo do comportamento da economia brasileira.

Escassez de recursos e aumento dos custos

O cenário atual reflete a escassez de recursos provenientes da poupança, tradicional fonte de financiamento imobiliário, cuja remuneração é regulada e inferior ao restante do mercado. Com a utilização dessa fonte chegando ao limite, os bancos foram forçados a buscar alternativas mais caras, impactadas diretamente pela alta da Selic. Isso resultou no repasse desses custos aos clientes.

A Caixa Econômica Federal, responsável por 70% dos financiamentos imobiliários no Brasil, optou por manter as taxas de juros estáveis, mas endureceu as condições de financiamento. A partir de 1º de novembro, o valor mínimo de entrada exigido aumentará, efetivamente reduzindo a demanda. No caso de financiamentos pela tabela SAC, em que as parcelas diminuem ao longo do tempo, a entrada exigida subirá de 20% para 30% do valor do imóvel. No sistema Price, de parcelas fixas, a entrada mínima passará de 30% para 50%.

Perspectivas para o crédito imobiliário

Apesar das mudanças, a Caixa garantiu que suas taxas de financiamento não serão alteradas até o fim de 2024, já que o banco havia reservado recursos suficientes para atender à demanda atual. No entanto, a situação pode ser revisada no próximo ano.

Outros bancos, como o Santander e o BRB, destacaram que, apesar de não haver uma intenção imediata de reduzir a oferta de crédito, o aumento das taxas de longo prazo pode gerar novos reajustes. O Itaú, primeiro a reajustar suas taxas, afirmou seu compromisso de manter condições competitivas para seus clientes.

Mercado aquecido e crescimento do crédito imobiliário

O mercado de crédito imobiliário tem se mostrado mais aquecido do que o esperado, impulsionado pelo crescimento das vendas de imóveis nos últimos anos. De janeiro a agosto de 2024, o volume total de financiamento imobiliário no Brasil atingiu R$ 118,5 bilhões, representando um crescimento de 17,6% em comparação ao mesmo período de 2023, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip). Esses números incluem apenas as linhas do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), utilizadas para financiar imóveis de médio e alto padrão, com valor de até R$ 1,5 milhão.

Confira as principais taxas praticadas pelos bancos:

  • Caixa Econômica Federal:
    • TR + 8,99% a 9,99% ao ano
    • Poupança + 3,10% a 3,99% ao ano
    • IPCA + 5,30%
    • Taxa fixa: 11% a 11,5% ao ano
  • Itaú Unibanco:
    • A partir de TR + 10,79% ao ano
  • Bradesco:
    • A partir de TR + 10,49% ao ano
  • Santander:
    • TR + 10,99% a 12,99% ao ano
  • Banco do Brasil:
    • A partir de TR + 10,29% ao ano
  • BRB:
    • A partir de TR + 8,99% ao ano
    • Poupança + 4,09% ao ano
    • IPCA + 6,50% ao ano
  • Banco Inter:
    • Não informou as taxas

As recentes mudanças nas taxas e nas condições de financiamento indicam um cenário de maior cautela no setor imobiliário, especialmente diante das incertezas econômicas e da elevação dos custos de captação. (Com informações do Estadão/Broadcast+).

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