O Banco Central do Brasil solicitou ao governo um aumento de 20,4% em seu orçamento discricionário para 2024, conforme revelado em uma carta obtida pela Reuters na terça-feira (3),argumentando que a falta de fundos acarretaria riscos operacionais e de segurança.
A instituição enviou a correspondência ao Ministério do Planejamento do Brasil em março, pedindo um adicional de 66,6 milhões de reais (US$ 13,2 milhões) na parte discricionária de seu orçamento, que o governo não é legalmente obrigado a pagar, para garantir que possa “manter adequadamente suas operações”.
O Banco Central destacou que um orçamento insuficiente poderia aumentar sua exposição a riscos operacionais e até mesmo prejudicar sua capacidade de organizar e participar de reuniões do grupo G20 das maiores economias do mundo, que o Brasil está presidindo este ano.
O orçamento discricionário do Banco Central para 2024, de 326,1 milhões de reais, é inferior ao valor do ano anterior, que foi de 360,7 milhões de reais.
O Ministério do Planejamento, responsável por decidir sobre os pedidos de fundos extras, juntamente com outros três ministérios, não fez comentários sobre o assunto, enquanto o Banco Central não respondeu ao pedido de comentário.
A solicitação de recursos adicionais surge em um momento em que o Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto, buscam apoio do Congresso para um projeto de lei que concederia autonomia financeira à instituição, após ter conquistado autonomia operacional em 2021.
No entanto, o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já manifestou discordância em relação a partes do projeto.
O pedido de verbas extras também ocorre após a decisão do governo de bloquear 2,9 bilhões de reais em despesas este ano para cumprir o limite de gastos estabelecido pelas novas regras fiscais.
Recentemente, o Banco Central enfrentou paralisações à medida que os funcionários fazem campanha por melhorias na carreira, o que frequentemente atrasa a divulgação de indicadores econômicos-chave. No entanto, o dinheiro extra solicitado pelo banco não inclui as demandas salariais dos trabalhadores.
