Custo elevado de crédito e inadimplência mantêm expectativa negativa para o segmento no segundo trimestre
As condições de crédito no Brasil seguirão restritivas no segundo trimestre deste ano, sobretudo no segmento habitacional, com alto custo de financiamento (fontes de recursos) e comprometimento elevado da renda do consumidor. Essa é uma das principais explicações do Relatório da Pesquisa Trimestral de Condições de Crédito (PTC), elaborado pelo Banco Central e divulgado na tarde desta quinta-feira, 22.
De acordo com o material, o ambiente restritivo do crédito habitacional é resultado de um acúmulo de diversos fatores negativos. “As condições negativas para o crédito habitacional ocorrem em função principalmente do custo e disponibilidade de funding , além dos fatores de comprometimento de renda do consumidor, inadimplência do mercado e menor tolerância ao risco”, diz o documento.
No detalhe por segmentos, o BC afirma que houve piora generalizada da oferta de crédito para grandes empresas, embora a concorrência entre os bancos tenha trazido algum estímulo à oferta de crédito para esse grupo. O capital de giro necessário pelas companhias que acessam os bancos é o que vem sustentando a demanda por crédito. Ainda assim, a expectativa é de novos rebaixamentos de avaliação de crédito (rating) das grandes companhias.
Já no caso específico de médias, pequenas e micro empresas, a piora do cenário se dá em especial pelo custo de financiamento e inadimplência, um ambiente que é equilibrado, na outra ponta, por um nível de captação de clientes ainda em alto. As condições restritivas, porém, seguirão nos próximos meses.
No segmento de consumo, as pessoas físicas enfrentam um cenário de crédito com condições relativamente adversas. Na ponta negativa estão aspectos como o custo e disponibilidade de financiamento e inadimplência, enquanto o nível de renda e emprego ampararam o cenário na outra ponta.
Nenhum segmento habitacional para pessoas físicas, porém, o problema é maior. “A expectativa para o segundo trimestre deste ano é de que a alteração nas taxas de juros continue sendo um fator de retração, ao lado da maior percepção de risco”, diz o BC.