Donos dos aviões e fabricantes de equipamentos concordaram em reduzir fatia na conversão da dívida em ações
A Azul chegou, na noite desta segunda-feira (7), a um acordo para repactuação de contratos comerciais de fornecedores que representam 92% das dívidas da empresa. O montante diz respeito à dívida que pode ser convertida em ações da companhia aérea.
O acordo prevê que os donos dos aviões — os arrendadores e os fabricantes de equipamentos usados pela aérea — concordaram em reduzir a fatia na conversão das obrigações em ações em cerca de R$ 3 bilhões.
Em troca, vão receber até 100 milhões de ações preferenciais da companhia que terão emissão única. Nesta segunda-feira, o papel da Azul fechou em R$ 5,75. Portanto, 100 milhões de ações correspondem a R$ 575 milhões — bem abaixo do valor citado no fato relevante.
Em fato relevante divulgado ao mercado, a empresa diz que os acordos “representam uma parte significativa de um plano abrangente projetado para fortalecer a geração de caixa da Azul e melhorar sua estrutura de capital no futuro”.
A negociação ainda está condicionada a alterações em certas outras obrigações. Entre essas condições, a companhia aérea cita “a obtenção de financiamento adicional e está sujeita à finalização da documentação vinculativa definitiva”. Não há detalhes dessas condições adicionais.
Em agosto, a Azul iniciou a repactuação de cerca de US$ 600 milhões em dívidas que vencem ao longo dos próximos três anos. A dificuldade de caixa começou especialmente diante da disparada do dólar e do fechamento do aeroporto de Porto Alegre.
A recuperação judicial não é uma hipótese na mesa da empresa, disse, na ocasião, o CEO John Rodgerson.
A empresa diz que continuam as negociações sobre os 8% restantes da dívida.