Veja o que vai mexer com os mercados nesta terça-feira (7)
O mercado brasileiro estará atento ao Índice de Preço ao Produtor, indicador sobre os preços na ponta inicial da cadeia produtiva, enquanto a Arrecadação Federal mostrará o desempenho da receita pública, influenciando previsões orçamentárias e a sustentabilidade fiscal.
Do lado político, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad concede entrevista ao vivo hoje, a partir das 13h30, ao programa Estúdio i, na GloboNews.
Nos Estados Unidos, os investidores acompanham a divulgação do Pesquisa de Vagas de Emprego e Rotatividade de Mão de Obra (JOLTs), que deve preparar o terreno para o relatório de emprego (payroll) a ser divulgado na sexta-feira (10).
O que vai mexer com o mercado nesta terça
Agenda
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem duas reuniões com diversos ministros no período da tarde.
Já o presidente do BC, Gabriel Galípolo, tem reunião com Banco de Compensações Internacionais (BIS), no Edifício-Sede do Banco Central, em Brasília. Mais tarde, Galípolo se reúne com com Ministro Vital do Rêgo Filho, Presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), em Brasília. (ambos compromissos fechado à imprensa)
O chefe do Centro de Estudos Tributários e Aduaneiros da Receita Federal, auditor-fiscal Claudemir Malaquias, comenta às 11h o resultado da arrecadação federal de novembro de 2024.
Brasil
8h – IGP-DI (dezembro)
9h – Preços ao produtor (novembro)
10h30 – Arrecadação federal
EUA
10h30 – Balança comercial (novembro)
12h – ISM de serviços Dezembro
12h – Jolts (novembro)
18h30 – Estoques de petróleo (API) Semanal
Zona do Euro
7h – Inflação (dezembro)
7h – Taxa de desemprego (novembro)
Internacional
Transição
Na segunda-feira (6), dia em que o Congresso validou sua vitória na eleição presidencial de 2024, o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, acusou o atual presidente Joe Biden de “fazer todo o possível” para dificultar sua transição para a Casa Branca. Em publicação na rede Truth Social, Trump afirmou que Biden utiliza “lawfare [aparelhamento do poder político] como nunca se viu antes” e implementa “ordens executivas ridículas e onerosas” relacionadas ao “New Deal verde” e outras medidas que chamou de “desperdício de dinheiro”. Trump prometeu revogar essas ordens em breve, garantindo que o país retornará ao “bom senso e força”. A declaração foi feita exatamente quatro anos após a invasão ao Capitólio, ocorrida em 6 de janeiro de 2021, quando apoiadores de Trump tentaram impedir a certificação de sua derrota nas eleições presidenciais de 2020.
Uma boa relação
Donald Trump afirmou nesta segunda-feira (6) que tem mantido conversas indiretas com o líder chinês, Xi Jinping, e acredita que eles terão uma boa relação, desde que seja uma “via de mão dupla”. Em entrevista ao apresentador Hugh Hewitt, Trump elogiou Xi como um líder forte, mas reiterou críticas à China, prometendo tarifas de 10% sobre produtos chineses caso o país não combata o tráfico de fentanil. Apesar de convidar Xi para sua posse em 20 de janeiro, especialistas consideram improvável sua presença.
Economia
Superávit
O Brasil encerrou 2024 com um superávit comercial de US$ 74,552 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), representando uma queda de 24,6% em relação a 2023, mas ainda o segundo melhor saldo da história. O resultado foi impulsionado por exportações de 337,036 bilhões de dólares e importações de 262,484 bilhões de dólares. Enquanto as exportações recuaram 0,8% devido à queda nos preços, as importações subiram 9%, com destaque para bens de capital.
Exportações
A soja, tradicionalmente o principal produto da pauta exportadora brasileira, registrou receita de US$ 42,9 bilhões em 2024, uma queda de 19,4% em relação a 2023, devido à redução nos preços (-16,9%) e volumes exportados (-3%). Com isso, o petróleo assumiu a liderança, atingindo 44,8 bilhões de dólares (+5,2%), impulsionado por maiores volumes, que compensaram a queda de 4,4% na cotação média. O minério de ferro também recuou (-2,4%), somando 29,8 bilhões de dólares. Por outro lado, produtos como açúcar (+18%, para 18,6 bilhões), carne bovina (+22,8%, para 11,66 bilhões), café não torrado (+55%, para 11,34 bilhões) e celulose (+33,7%, para 10,6 bilhões) tiveram desempenhos expressivos. Já o milho sofreu uma queda acentuada (-40%, para 8,18 bilhões), refletindo menor oferta e alta demanda interna. As exportações de carne de aves cresceram ligeiramente (+1,2%, para mais de 9 bilhões), apesar da queda nos preços (-1,8%).
Política
Mão na massa
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, reforçou na segunda, 6, que o Executivo vai trabalhar no processo de regulamentação das medidas de controle de gastos aprovadas pelo Congresso Nacional. Ele esteve reunido no início da noite com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Nós vamos botar agora a mão na massa, fazer as portarias, os decretos necessários, assim como preparar a reunião ministerial que será na segunda quinzena de janeiro. O presidente quer fazer um balanço dos dois anos de governo, das medidas que foram votadas e do que faremos juntos”, declarou Costa, em conversa com jornalistas.
Câmbio
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou ontem que o governo não planeja mudanças no regime cambial nem aumento de impostos para conter a saída de dólares do país. Ele destacou que o câmbio deve se acomodar, citando como fator externo a possibilidade de o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, adotar uma postura mais moderada em relação às promessas de campanha. Haddad atribuiu a forte depreciação do real no fim de 2024 a um “estresse global”, somado a incertezas fiscais no Brasil. Na segunda, o dólar fechou em queda de mais de 1%, acompanhando a desvalorização da moeda americana no mercado global.
Reunião com Lula
Haddad, que suspendeu suas férias para retornar a Brasília, afirmou que a reunião com o presidente Lula abordou o planejamento para 2025 e a pauta de votação no Congresso, com foco no projeto do Orçamento. Ele também mencionou que aguarda um parecer da Receita Federal sobre ajustes na proposta de reforma do Imposto de Renda para empresas. Segundo Haddad, o projeto está em fase final de discussão e pode ser concluído nesta semana, embora ainda não haja data definida para envio ao Legislativo.
Corporativo
Petrobras (PETR4)
A Petrobras lançou sua primeira chamada pública para a aquisição de biometano, visando estimular o mercado do insumo renovável em resposta ao mandato de descarbonização estabelecido pela Lei do Combustível do Futuro. A iniciativa prevê entregas a partir de 2026 com contratos de até 11 anos, em diferentes pontos de entrega como refinarias e malhas de transporte e distribuição. O biometano é obtido a partir de resíduos orgânicos urbanos e agropecuários, sendo uma alternativa sustentável ao gás natural. Com essa ação, a Petrobras busca expandir a oferta e incentivar o desenvolvimento do ecossistema relacionado ao biometano em todo o país.
