A indústria brasileira de alumínio projeta um prejuízo de até R$ 1,15 bilhão em 2025 devido à sobretaxa de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre parte dos produtos exportados. A nova tarifa afeta diretamente segmentos como bauxita, hidróxido e óxido de alumínio, enquanto itens como alumina foram incluídos na lista de exceções, embora insuficientes para estancar o impacto total.
Estima-se que cerca de um terço das exportações de alumínio estejam sujeitas à sobretaxa completa, o que compromete a competitividade internacional do setor. O resultado já se reflete em retração de 28% nas exportações para os EUA no primeiro semestre, ameaçando a estabilidade de cadeias produtivas, contratos e empregos.
Autoridades do setor apontam que, mesmo com a não cumulatividade da alíquota, os efeitos diretos já são expressivos. O montante projetado — cerca de US$ 210 milhões ou R$ 1,15 bilhão — representa um revés que pode impactar também consumidores indiretos, como indústrias de papel, veículos e produtos químicos.
Sob a ótica conservadora, a medida evidencia a fragilidade de uma política externa que ainda não prioriza a defesa estratégica da base produtiva nacional. A dependência crescente de mercados externos e a ausência de acordos sólidos abrem brechas para medidas protecionistas unilaterais que penalizam o setor produtivo brasileiro.
Em resposta, o governo avalia ações diplomáticas e legais na esfera internacional, além de iniciativas para diversificar mercados e fortalecer a cadeia nacional de agregação de valor. O episódio reforça a urgência de promover reformas estruturais, investimento privado e proteção às indústrias-chave para evitar que o Brasil seja toxicamente impactado por decisões comerciais externas.