Já circulam nas redes sociais propostas para adiantar direito creditório, mas fundo avisa que não autoriza esse tipo de intermediação. Cerca de R$ 41 bi em investimentos têm garantia
O Fundo Garantidor de Créditos (FGC) alerta que não autoriza instituições a intermediar ou propor qualquer tipo de “negociação” para recebimento de valores relativos a investimentos garantidos, como os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) do Banco Master.
A instituição teve a liquidação decretada na manhã de hoje pelo Banco Central (BC), levantando dúvidas de investidores sobre como reaver o dinheiro aplicado nesses papéis, que têm como principal atrativo a garantia do FGC. No entanto, é importante que os clientes se informem para não contratar serviços desnecessários, pagar taxas indevidas ou cair em golpes de diferentes naturezas, alerta o fundo.
O FGC é uma entidade privada composta pelos bancos do país que tem como principal objetivo proteger os clientes em caso de quebra de uma instituição financeira. Reembolsa valores depositados ou investidos em algumas aplicações financeiras, como os CDBs, até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. O ressarcimento pode levar 30 dias para ser liberado.
Os clientes podem fazer esse pedido diretamente ao FGC, sem necessidade de intermediação. No entanto, já circulam nas redes anúncios de profissionais se apresentando como intermediários capazes de resgatar recursos aplicados no Master.
Recursos estão bloqueados
Com o decreto de liquidação do banco, não é possível mais, através das corretoras onde foram comprados, realizar a negociação dos investimentos. Ou seja, os clientes não podem mais movimentar os recursos aplicados e nenhum intermediário pode fazer isso agora em nome deles. É preciso agora aguardar o processo de liquidação para que o FGC pague os recursos segurados.
A direção do FGC identificou nas redes sociais mensagens em que uma instituição sem nome, com página na internet, oferece pagamento adiantado para possíveis investidores que detenham CDBs do Banco Master.
Em tom alarmante, essas mensagens dizem que é possível vender os direitos sobre os créditos para receber o aplicado de forma imediata, “sem risco de calote”. A mensagem afirma ainda que o “capital pode ficar preso por meses no FGC”.
No portal indicado nas mensagens, não há nenhuma menção de quem é o diretor por trás do gerenciamento do portal, nem há registro de pessoa jurídica ou vínculo com alguma associação representativa.
Também nesse site, há um formulário para, quem desejar, informar dados sensíveis, como valor total custodiado, corretora onde houve a compra dos investimentos e meios para entrar em contato, como e-mail e celular. A recomendação é que os clientes do Master não compartilhem seus dados em portais externos ao FGC como este e desconfiem de pessoas que se apresentem como intermediários para acessar os recursos do fundo.