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quinta-feira, 3 outubro, 2024
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Agravamento nas finanças públicas gera incerteza sobre crescimento econômico no Brasil

Por Alexandre G.

A situação crítica das finanças públicas, está aumentando as incertezas em torno do crescimento econômico do Brasil nos próximos anos. Segundo Alessandra Ribeiro, sócia da consultoria Tendências, “a dificuldade em aumentar a arrecadação, para lidar com o aumento dos gastos permitidos pelo regime fiscal resultará em uma mudança na meta não apenas para 2024, mas também para 2026. Esse aumento na percepção de risco reflete-se principalmente em um nível de incerteza maior, afetando as principais variáveis econômicas”.

Após registrar superávit em 2022, o governo federal encerrou 2023 com um déficit primário de R$ 230,5 bilhões, o segundo maior da história. Mesmo desconsiderando os efeitos do pagamento de precatórios e compensações a estados e municípios, ainda persistiria um déficit de R$ 117,2 bilhões no ano, resultado do forte aumento nas despesas e queda na arrecadação.

O cenário básico da consultoria, com uma probabilidade de 65%, sugere que o governo não conseguirá alcançar um alto índice de sucesso na recomposição da carga tributária, o que dificulta o ajuste planejado no novo arcabouço fiscal delineado pela equipe econômica do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Segundo as projeções da consultoria, neste cenário mais provável, o crescimento econômico será de 2,4% ao ano, em média, até 2033.

As principais incertezas neste cenário estão relacionadas à fragilidade precoce da coalizão governista e ao capital político limitado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na definição da agenda legislativa. A relutância em empregar capital político para a aprovação da agenda é resultado da divisão entre esquerda e direita dentro da coalizão governista.

Segundo a consultoria, a política fiscal passa a ser objeto de desconfiança dos agentes, o que resultará em um patamar mais elevado da taxa de juros ao longo do tempo e também será afetado pelo cenário internacional. Este quadro limita o crescimento do PIB.

A consultoria Tendências também apresenta outros dois cenários para a economia brasileira: um pessimista, com probabilidade de 25%, influenciado por um cenário desfavorável para as economias emergentes devido à continuidade dos apertos monetários nas economias avançadas e à instabilidade política global; e um otimista, com probabilidade de apenas 10%, que depende de um maior apoio à agenda de recuperação de receitas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e prevê a aprovação da reforma tributária do consumo, resultando em um crescimento econômico médio de 3,1% ao ano até 2033.

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