Há mais de uma década, a gigante JBS busca ingressar na Bolsa de Nova York, mas enfrenta obstáculos contínuos. A empresa, líder global na produção de proteína animal, incluindo carne bovina, ovina, suína, aves e peixes, já adiou seus planos diversas vezes, devido a escândalos de corrupção e crises econômicas. Agora, surge um novo desafio: uma série de movimentos liderados por políticos e lobistas no exterior questionam sua idoneidade ambiental e ética, o que poderia impedir seu acesso ao mercado de capitais americano.
A empresa, atualmente listada apenas na Bolsa de Valores de São Paulo (B3), pretende realizar uma dupla listagem de ações, para negociar simultaneamente nos mercados brasileiro e americano, visando a capitalização mais acessível. Em comunicado, a JBS afirmou que essa dualidade aumentaria a transparência de sua governança, aderindo aos padrões da Securities and Exchange Commission (SEC) e da Bolsa de Valores de Nova York (Nyse). Além disso, a empresa rebateu as acusações de danos ambientais, enfatizando seus esforços de monitoramento de fornecedores e práticas sustentáveis.
No entanto, grupos internacionais se opõem à listagem da JBS nos EUA e no Reino Unido, alegando riscos ambientais e éticos. Parlamentares britânicos enviaram uma carta à SEC implorando pela rejeição do IPO da JBS, citando preocupações com as mudanças climáticas. Nos EUA, senadores expressaram preocupação com o histórico de corrupção da empresa e seu possível impacto no mercado.
A controvérsia também se estende ao campo jurídico, com a procuradoria-geral de Nova York, processando subsidiárias americanas da JBS por supostas afirmações enganosas sobre metas de emissões de gases de efeito estufa. Embora a empresa tenha discordado da ação, o processo pode complicar ainda mais sua tentativa de listagem nos EUA.
Apesar das críticas, a JBS enfatiza seu compromisso com a sustentabilidade e defende os benefícios de sua dupla listagem. Enquanto isso, grupos como o “Ban the Batistas” continuam a pressionar contra a entrada da empresa nos mercados acionários americanos, destacando questões de corrupção e sustentabilidade.
A jornada da JBS rumo à Bolsa de Nova York permanece turbulenta, com desafios éticos, legais e ambientais complicando seus planos de expansão internacional.
