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terça-feira, 22 outubro, 2024
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10,9 milhões de jovens ‘nem-nem’ no Brasil deixam de contribuir com bilhões para o PIB

Por Alexandre G.

A categoria dos “nem-nem”, composta por indivíduos em idade produtiva (15 a 29 anos) que se encontram inativos, ou seja nem estudam e nem trabalham, atingiu a marca de 10,9 milhões em 2022, o equivalente a um em cada cinco membros, conforme indicou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dentro desse contingente, 4,7 milhões de jovens não buscaram emprego e não têm interesse em trabalhar, sendo que essa resposta foi mais frequente entre mulheres responsáveis por cuidados familiares ou atividades domésticas, abrangendo quase metade desse grupo. A pesquisa conduzida pela CNC adotou uma amostragem mais conservadora, considerando 7,6 milhões de registros devido às limitações etárias nos dados oficiais. Se essa parcela participasse do mercado de trabalho, o PIB poderia ter alcançado R$ 10,146 trilhões em 2022, um aumento de 0,46 ponto percentual em relação aos R$ 10,1 trilhões registrados.

Felipe Tavares, economista-chefe da CNC, destacou em entrevista à CNN, que esse impacto considera o salário médio das contratações, que foi de R$ 1.919,81 em novembro de 2022 e R$ 2.021,73 no mesmo período em 2023. Ele enfatizou a importância dessa faixa etária para o crescimento econômico, sublinhando que essas gerações mais jovens costumam impulsionar a inovação e a modernização da economia.

A não participação desses jovens no mercado de trabalho, não apenas resulta em perda imediata de salário e impacto no consumo, mas também representa um prejuízo duradouro, pois a cada ano, há uma diminuição da força produtiva e das oportunidades de crescimento. A CNC calcula que cada R$ 1 de aumento na renda média tem um impacto médio de R$ 1,6 milhão no PIB, variando entre regiões, com um efeito mais pronunciado no Sudeste (R$ 5,5 milhões) em comparação com o Norte (R$ 400 mil).

Tavares enfatiza que, para superar as desigualdades regionais, é necessária uma mudança estrutural, incluindo capacitação e oportunidades. Além disso, destaca a influência da nova cultura de trabalho nas decisões das novas gerações, observando que a flexibilidade, um dresscode mais inclusivo e outras formas de jornada de trabalho são condições importantes no cenário atual. Ele ressalta que oferecer espaço para que os jovens possam contribuir com suas marcas e propósitos é essencial, pois é isso que as gerações mais novas buscam, indo além do simples emprego.

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