Nesta quinta-feira (29), a seleção feminina de vôlei sentado do Brasil iniciou sua trajetória nas Paralimpíadas de Paris 2024 com uma vitória contra Ruanda, sob a liderança de Fernando Guimarães. Anteriormente, Fernando foi técnico da seleção masculina em Londres 2012 e Rio 2016, e segue um caminho similar ao de seu irmão, Zé Roberto Guimarães, um renomado técnico de vôlei convencional que transitou do masculino para o feminino no início dos anos 2000. Embora admire profundamente Zé Roberto, Fernando afirma que as comparações param por aí.
Fernando Guimarães ressalta: “O Zé Roberto é incomparável, é o melhor técnico de todos os tempos. A nossa semelhança está na paixão pelo cavalo, uma paixão que compartilhamos e que nos une, mas as comparações vão além disso.”
Com uma trajetória de dez anos ao lado de Zé Roberto, Fernando aplicou no vôlei sentado os conhecimentos adquiridos no vôlei convencional. “O que aprendi com o Zé Roberto e com grandes técnicos como José Carlos Brunoro e Antônio Carlos Moreno foi essencial. Como jogador e técnico, absorvi muito desde cedo e aproveitei essas experiências para o vôlei sentado”, explica Fernando.
Após a frustração nas Paralimpíadas do Rio 2016, onde o Brasil terminou em quarto lugar, Fernando precisou de um tempo para lidar com a derrota e se afastou das equipes paralímpicas. Ele se dedicou ao trabalho com equoterapia para crianças com deficiência intelectual e autismo, um campo no qual é pioneiro no Brasil.
O retorno ao esporte paralímpico veio a convite de Ângelo Alves Neto, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei Sentado, em 2019. Fernando reassumiu o comando das seleções masculina e feminina, levando ambas às Paralimpíadas de Paris 2024.
Na estreia contra Ruanda, a seleção feminina venceu por 3 sets a 0 (25/13, 25/10 e 25/7). Apesar da vitória, Fernando destaca que adversários como Estados Unidos e Canadá representarão desafios significativos. Ele acredita que a versatilidade da equipe pode ser um diferencial, permitindo mudanças estratégicas de acordo com o andamento do jogo.
“Temos uma equipe muito versátil, o que nos permite ajustar a tática conforme necessário. Isso pode ser tanto uma vantagem quanto um desafio, mas se todos jogarem bem, qualquer time em quadra funcionará”, conclui Fernando.
