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sábado, 23 novembro, 2024
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Ricardo Graça: A revolução de um zagueiro desprezado no Vasco ao herói olímpico da Seleção Brasileira

Por Marina B.

Era 8 de julho de 2021, um dia comum de treino no Vasco. Ricardo Graça, que havia participado do Pré-Olímpico com o Brasil em 2020, já havia perdido as esperanças de ser convocado para as Olimpíadas do Japão, especialmente após a divulgação da lista de André Jardine, que não o incluía. Porém, a notícia de sua convocação, devido à lesão de Gabriel Magalhães, veio como um choque.

  • O preparador físico Daniel me perguntou se ainda havia chance de convocação. Eu disse que não, já que a lista já estava divulgada. No entanto, percebi uma movimentação estranha: o presidente (Jorge Salgado) estava lá, a comissão técnica estava conversando… Eu não sabia o que estava acontecendo. Antes do treino, o presidente e o Pássaro (então diretor de futebol) me deram a notícia de que eu havia sido convocado – contou Ricardo Graça ao ge. Ele continuou:
  • Eu só chorei. Tinha jogado o Pré-Olímpico, fui titular contra a Argentina no último jogo, mas sabia que não estava no meu melhor momento e que havia jogadores na minha frente. Havia perdido a esperança. Quando fui convocado, foi um dos dias mais felizes da minha vida.

O Brasil, campeão olímpico em 2021, chegou aos Jogos com desconfiança devido a uma campanha ruim no Pré-Olímpico e à pandemia de Covid-19 que havia adiado as Olimpíadas em um ano. Ricardo recorda:

  • O grupo era muito unido, sem vaidades ou distinções entre os jogadores. Eu e o Lucão (goleiro do Vasco) éramos os únicos que jogavam na Segunda Divisão. Todos me conheciam e sabiam do meu potencial. Apesar do Brasil sempre ser favorito, a desconfiança existia antes da estreia contra a Alemanha. Vencemos com segurança, por 4 a 2. Não havia medo ou desconfiança da nossa parte. Quem não estava jogando, como eu, sabia que poderia ajudar a qualquer momento. Foi mais tranquilo que o Pré-Olímpico. Todo mundo estava confiante na vitória contra a Espanha – lembrou Ricardo, acrescentando:
  • É estranho ver o Brasil fora este ano, especialmente porque sempre fomos uma seleção muito forte no futebol e somos os atuais bicampeões olímpicos. É estranho o atual bicampeão não ter a chance de lutar pelo terceiro título.

O Brasil conquistou a medalha de ouro com uma vitória por 2 a 1 sobre a Espanha, garantindo sua segunda medalha na modalidade, após o ouro em 2016, nos Jogos do Rio de Janeiro. Embora Ricardo Graça não tenha jogado na campanha de 2021, a experiência influenciou sua decisão de deixar o Vasco e se transferir para o Jubilo Iwata, no Japão, no final daquele ano.

  • Jogar as Olimpíadas me mostrou como tudo era organizado no Japão. As pessoas são educadas e as coisas funcionam bem. O Vasco ainda não era SAF, e eu estava valorizado por causa das Olimpíadas. A proposta do Japão surgiu e a negociação foi rápida, em uma semana. Tudo o que pedimos foi atendido, e mesmo com o fuso horário, tudo aconteceu muito rápido – afirmou o ex-jogador do Vasco, acrescentando:
  • Ter vindo com a Seleção ajudou a saber como era o Japão, e isso foi um fator decisivo para minha escolha. É fácil se acostumar com coisas boas. Aqui, só me preocupo em jogar. Há cobrança, mas se eu perco um jogo, posso sair na rua tranquilamente, sem ser abordado, pois são extremamente respeitosos. Minha esposa adora o Japão e não pensa em voltar. Minha filha tem uma educação e segurança que não encontramos em outros lugares.

Ricardo Graça, que acompanha o Vasco e ficou feliz com a contratação de Philippe Coutinho, conclui:

  • A contratação de Coutinho é um sinal para os investidores de que o Vasco está se reerguendo, especialmente com a intenção de vender a SAF. Para o torcedor, é uma esperança de ver um ídolo de volta. Coutinho é um jogador de nível elevado, em boa fase, e acredito que tem tudo para se dar bem. O Pedrinho, que é um ídolo do clube, sabe o que está fazendo. A presença do Felipe também já trouxe uma mudança no clima, dando mais confiança para os jogadores.

Ricardo Graça, atualmente com 27 anos, iniciou sua carreira no Vasco em 2017 e permaneceu até o final de 2021, quando se transferiu para o Japão. Pelo Jubilo Iwata, ele já disputou 21 jogos e marcou um gol em 2024.

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