Dólar Hoje Euro Hoje
segunda-feira, 23 dezembro, 2024
Início » Jogadoras de vôlei do Tijuca denunciam torcida do Curitiba por ataques racistas

Jogadoras de vôlei do Tijuca denunciam torcida do Curitiba por ataques racistas

Por Marina B.

“É comum as pessoas nos trataram como se fôssemos animais, e isso fere profundamente nossas almas”, afirmou Dani Suco, jogadora do Tijuca Tênis Clube, ao resumir sua experiência na quadra na última sexta-feira (26). Dani, juntamente com Thaís Oliveira e Camilly Ornellas, denunciou incidentes racistas por parte de torcedores do Curitiba Vôlei durante um jogo da Superliga B. Elas prometem não deixar a história ser esquecida. No ginásio do Círculo Militar do Paraná, em Curitiba, Dani foi a primeira a abordar a arbitragem, relatando ter ouvido sons de macaco vindo das arquibancadas. Thaís também confirmou ter ouvido insultos racistas dirigidos a elas. As jogadoras criticaram a falta de ação por parte dos árbitros e do delegado da partida, que não incluíram a denúncia na súmula, alegando que não ocorreu “dentro das quatro linhas”.

Camilly expressou seu medo após o jogo, questionando se poderiam sair da quadra sem serem agredidas pelos torcedores. Elas criticaram a falta de preparo da organização da Superliga B Feminina e exigiram políticas mais rigorosas para lidar com casos semelhantes. Após a vitória do Curitiba Vôlei por 3 sets a 2, as jogadoras do Tijuca decidiram publicar vídeos nas redes sociais denunciando o racismo, que rapidamente se tornaram virais, recebendo apoio da comunidade do vôlei e além. No entanto, o apoio não amenizou as marcas deixadas pelo incidente.

Dani lamentou que elas, ao trabalharem para proporcionar um espetáculo esportivo, tenham sido violentadas da pior forma possível. As jogadoras sentiram-se fisicamente feridas e destacaram que não foram apenas elas três, mas todas as mulheres e pessoas próximas a elas que compartilharam a dor. O trio não pretende deixar a denúncia cair no esquecimento e planeja registrar um Boletim de Ocorrência, reunindo provas como a súmula e o relatório do jogo. Elas enfatizam a importância de combater efetivamente o racismo no esporte e agir além de discursos bonitos.

Apesar de ainda não terem recebido contato da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), as jogadoras planejam buscar acesso à súmula e ao relatório do jogo contra o Curitiba. O Curitiba Vôlei, em nota, prometeu entregar imagens do ginásio às autoridades competentes na segunda-feira (29). Além dos procedimentos criminais, Thaís destaca a necessidade de abordar o racismo no vôlei e enfatiza que parar o jogo ou sair da quadra não seria uma solução prática diante das dificuldades enfrentadas no momento. O Tijuca Tênis Clube revelou ter recebido contato da CBV e planeja se reunir com a entidade, acionando seu departamento jurídico para acompanhar o caso.

Você pode se Interessar

Deixe um Comentário

Sobre nós

Somos uma empresa de mídia. Prometemos contar a você o que há de novo nas partes importantes da vida moderna

@2024 – Todos os Direitos Reservados.