No ano passado, a ministra de esportes da França, Amélie Oudéa-Castéra, anunciou que atletas e membros das comissões técnicas do país estão proibidos de usar símbolos religiosos durante os Jogos Olímpicos de 2024, incluindo o hijab para atletas do país-sede. A Aliança Sport & Rights, que inclui parceiros como Human Rights Watch e Anistia Internacional, enviou uma carta ao COI pedindo o fim dessa proibição, alegando que deixa os atletas muçulmanos “excluídos e humilhados”. A carta, datada de 24 de maio, foi divulgada à imprensa nesta terça-feira, menos de dois meses antes dos Jogos Olímpicos em Paris. O grupo de direitos humanos instou o COI a pressionar as autoridades esportivas francesas para revogarem as restrições ao uso do hijab pelos atletas, independentemente do nível esportivo.
Durante uma conferência de imprensa nesta terça-feira, a jogadora de basquete muçulmana francesa Diaba Konate criticou as proibições e pediu sua revogação, destacando que essas políticas a impedem de representar seu país nos Jogos Olímpicos. Konate, que já jogou na seleção juvenil da França e possui uma carreira no basquete universitário dos Estados Unidos, enfatizou a importância da inclusão no esporte.
A medida da ministra do esporte no ano passado foi condenada pela ONU, que reiterou sua posição contrária a impor às mulheres o que devem ou não vestir. A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Marta Hurtado, enfatizou que ninguém deve impor regras sobre o vestuário das mulheres.