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sexta-feira, 11 outubro, 2024
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Flamengo encara o desafiador Millonarios na estreia da Libertadores: História, narcotráfico e novos rumos

Por Marina B.

O Flamengo faz sua estreia na Libertadores contra o Millonarios, um clube que, como muitos dos principais times da Colômbia, teve associação com o narcotráfico em tempos passados, mas agora é propriedade de um grande fundo de investimento americano. A clássica camisa azul e branca do clube colombiano já foi vestida por lendas como Di Stéfano e Mengálvio, este último campeão mundial pela seleção brasileira em 1962. Fundado em 1937 por alunos de um colégio religioso em Bogotá, o Millonarios teve sua oficialização nove anos depois por Afonso Quevedo, seu primeiro presidente. Os primórdios do clube foram marcados pela era de ouro, destacando-se a chegada de Di Stéfano em 1949 e a formação do célebre “Ballet Azul”. Esse período, considerado por muitos como o auge do futebol colombiano, teve Di Stéfano como figura central, culminando no único encontro registrado até hoje entre os colombianos e o Flamengo, em 1952, resultando em uma vitória por 4 a 1 para o Millonarios.

Entretanto, foi outro jogo amistoso que mudou o rumo da carreira de Di Stéfano, quando uma atuação brilhante contra o Real Madrid chamou a atenção do clube espanhol, levando-o a se tornar um dos maiores jogadores de todos os tempos. Enquanto Di Stéfano brilhava na Europa, o Millonarios consolidava sua posição como um dos gigantes do futebol colombiano. Nas décadas de 70 a 90, contudo, o narcotráfico começou a exercer influência sobre o clube, refletindo-se na gestão e no rumo do futebol colombiano.

O envolvimento de cartéis com alguns clubes visava, em parte, a legalização do dinheiro obtido ilicitamente. No caso do Millonarios, o presidente Hermes Tamayo foi preso em posse de duas toneladas de cocaína, enquanto relatos sugerem que Gonzalo Rodríguez Gacha, conhecido como “El Mexicano”, chegou ao comando do clube após o assassinato de um dirigente. Apesar da demora em se desvincular do narcotráfico, o futebol colombiano gradualmente recuperou sua integridade, especialmente a partir dos anos 2000, abandonando investimentos clandestinos.

Atualmente, o Millonarios está sob a gestão direta da Amber Capital, um fundo de investimento com base nos Estados Unidos, liderado pelo bilionário francês Joseph Oughourlian desde 2015. O clube também é propriedade do Lens (França), do Calcio Padova (Itália) e do Zaragoza (Espanha), além de possuir vínculos com a família Mas da MasTec, uma empresa de engenharia e construção na Flórida, parceira de David Beckham no Inter Miami.

Apesar do controle majoritário por parte do bilionário francês, as decisões relacionadas ao futebol do clube são conduzidas por Gustavo Serpa Preciado, um dos sócios do fundo e uma espécie de CEO do Millonarios. O restante das ações está dividido entre outros 200 acionistas.

Quanto ao desempenho esportivo, o Millonarios já conquistou um título nesta temporada ao superar o Junior Barranquilla na Supercopa Colombiana. No entanto, sua performance desde então tem sido instável, com mais derrotas do que vitórias. Em um total de 16 jogos disputados, o clube acumulou cinco vitórias, quatro empates e sete derrotas, ocupando a oitava posição no campeonato nacional. No entanto, uma vitória recente sobre o Santa Fe e outra sobre o Fortaleza interromperam uma sequência negativa de resultados.

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