A defesa de Daniel Alves está empenhada em garantir sua liberdade até o fim de março, durante a Semana Santa. Fontes próximas ao jogador revelaram ao jornal La Vanguardia, de Barcelona, que os advogados acreditam que a pena de quatro anos e meio de prisão sugere um baixo risco de fuga. Desde 20 de janeiro de 2022, quando foi preso, Alves teve cinco pedidos de liberdade negados, incluindo o último, antes da sentença em primeira instância. A Justiça espanhola justificou as negativas citando risco de fuga, destruição de provas ou reincidência. Com a pena mais branda imposta, a defesa espera que os argumentos agora sejam reconsiderados. A parte acusadora buscava uma pena máxima de 12 anos, enquanto o Ministério Público sugeriu nove anos de prisão. No entanto, o jogador foi condenado a quatro anos e meio, com mais cinco anos de liberdade vigiada.
Daniel Alves permanece em prisão preventiva até que o caso seja julgado em todas as instâncias, com expectativa de que os primeiros recursos sejam analisados no próximo mês. Na Espanha, o limite máximo para a prisão preventiva é de dois anos, um fator que deve ser considerado no novo pedido de liberdade. Além disso, Alves pretende oferecer um depósito como garantia à Justiça para assegurar que não irá fugir. No entanto, enfrenta dificuldades financeiras devido a uma disputa judicial com sua ex-esposa, Dinorah Santana, que resultou no bloqueio de suas contas.
Antes do julgamento, Alves fez um pagamento de 150 mil euros (aproximadamente R$ 801 mil) para que a vítima retirasse a acusação. Embora a denunciante não tenha aceitado o valor, a defesa do ex-jogador prosseguiu com o pagamento. A Justiça espanhola considerou essa compensação como um fator atenuante da pena. O dinheiro utilizado foi proveniente de uma doação da família de Neymar, confirmada pelo pai do jogador, Neymar da Silva Santos. Ele descreveu a doação como “ajuda a um amigo”, e o valor foi depositado pela defesa de Alves na conta do tribunal. A chefe da defesa do jogador, Inés Guardiola, reafirmou o compromisso de trabalhar até o fim para provar a inocência do brasileiro. No entanto, para que a sentença seja cumprida, ela precisa ser definitiva, o que pode levar ainda alguns meses. Até lá, Alves e seus advogados mantêm a esperança de obter a liberdade antes da decisão final.