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domingo, 19 maio, 2024
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Da pobreza ao estrelato: A jornada épica de Erick Pulgar do Flamengo

Por Marina B.


Em Antofagasta, Chile, o adjetivo “tortas” no futebol não evoca Garrincha e suas pernas, mas sim Erick Pulgar e suas raízes. Nasceu e cresceu no modesto bairro de Miramar, situado na encosta da colina que domina a paisagem da cidade, a 1.336 km ao norte de Santiago, onde o volante do Flamengo desenvolveu seu talento para o futebol. Seus primeiros passos foram dados em um terreno irregular para driblar as limitações do espaço do Miramar Suldeste, um modesto clube de bairro existente desde 1945.

Pulgar, inicialmente tímido e reservado, se soltava ali. “Ele vinha aqui se divertir. Desde pequeno, sempre estava com a bola. Chegou ao Miramar aos 6 anos e começou a se envolver na categoria infantil da ANFA (Associação Nacional de Futebol Amador) em Antofagasta. Foi quando começou a aprender a dominar a bola, tocar com precisão e ensinar a cabecear. Sua posição era volante central, um número 8, como dizemos no Chile. Ele roubava a bola, marcava e até chegava ao ataque”, conta Seu Pablo, pai de Pulgar.

Com seu pai como treinador, Pulgar foi parte de um time de jovens que fez história no campeonato amador, conquistando o título cinco vezes seguidas e sendo eleito o melhor jogador em uma delas. Mas a transição para o profissionalismo não foi fácil. “Todos queriam levar esses meninos com 8 anos de idade. Enfrentávamos muitas vezes treinadores de centros de formação disputando esses campeonatos. Mas, como gostava do Miramar e com seu pai como dirigente do clube, não queria mudar. Até que, em um campeonato, nos pediram para deixá-lo fazer o teste, pois já o conheciam”, relembra o pai.

Finalmente, aos 15 anos, o clube local, Deportes Antofagasta, conseguiu convencê-lo a ingressar. “Ele preferia jogar com seus amigos do clube amador do Miramar Suldeste nos fins de semana do que viajar com a equipe juvenil para jogar em outros lugares. Mas, depois que o trouxemos, ele se entusiasmou e continuou. Isso foi benéfico para ele, para sua família e para todos”, lembra Manoel Donoso, gerente administrativo do clube.

Pulgar passou a frequentar os treinos a pé, descendo a colina em uma caminhada de cerca de 30 minutos. Logo, no campo de 11 jogadores, ele se destacou como zagueiro e rapidamente ascendeu à equipe principal. “Ele jogava em uma categoria de base maior, não sei se era sub-19 ou sub-17, mas jogava lá. Tinha um talento incrível, era magro, alto e tecnicamente extraordinário. No ano seguinte, o treinador o promoveu para a equipe juvenil e começou a trabalhar conosco”, diz Victor Oyarzún, ex-lateral-direito chileno.

Pulgar, agora uma estrela no futebol internacional, continua sendo uma inspiração em Antofagasta, onde sua história é lembrada com orgulho. Enquanto isso, seu pai sonha em revitalizar o clube onde tudo começou. “É um orgulho para este clube que as pessoas venham conhecer um pouco mais sobre o time onde ele começou. Agradeço também ao Flamengo por seu grande apoio. Quero mandar um abraço à distância e dizer que aqui tem um torcedor a mais do Flamengo”, expressa Seu Pablo.

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