A Confederação Brasileira de Voleibol (CBV) revelou, nesta sexta-feira (2), propostas para intensificar o combate a comportamentos discriminatórios durante os jogos das Superligas A e B. A entidade toma essa posição após duas denúncias de racismo, atualmente em análise pelo STJD. A CBV sugere que ofensas preconceituosas possam acarretar multas, perda de três pontos e até eliminação de clubes. Além disso, propõe a paralisação, e até suspensão, das partidas em caso de insultos. Essas ideias foram encaminhadas aos 48 clubes participantes das Superligas e às 27 Federações estaduais, com uma reunião agendada para a próxima segunda-feira (5) com as equipes. A implementação das propostas dependerá da aprovação unânime dos times.
Radamés Lattari, em comunicado divulgado pela CBV, destaca a inadmissibilidade de atos discriminatórios no voleibol brasileiro e a intenção de tornar as punições ainda mais severas para desencorajar tais comportamentos: “Atos discriminatórios de qualquer natureza são inadmissíveis no voleibol brasileiro. Em 2022, incluímos punição específica para esse tipo de atitude nos regulamentos das Superligas A e B. Agora, vamos tornar essa punição ainda mais severa, para inibir ações de discriminação e punir quem insistir nesse comportamento.”
A punição anterior, implementada em 2022, previa a perda de um ponto para times com membros envolvidos em atos racistas, incluindo torcedores, apenas se as equipes não colaborassem com investigações e identificação dos criminosos. A CBV anuncia que as novas sanções poderão ser mais rigorosas, indo desde multas e perda de pontos até eliminação e rebaixamento. Em casos de reincidência, as penalidades poderão ser duplicadas, mas todas as sanções passarão pela aprovação do STJD.
A CBV também divulgou novos procedimentos para atletas, comissões técnicas, árbitros e delegados das partidas, incluindo anúncios prévios sobre a gravidade de atos discriminatórios e a paralisação imediata das partidas para identificação dos infratores em caso de ocorrência de atos discriminatórios. Caso as ações discriminatórias persistam após a paralisação, as partidas poderão ser suspensas e até canceladas, com registro detalhado na súmula e nos relatórios dos jogos.
Em janeiro, duas denúncias de racismo na Superliga B ganharam destaque, envolvendo jogadoras do Tijuca Tênis Clube e o técnico Alessandro Fadul do América-RN, que alegou ter sido chamado de “macaco” por um torcedor do Goiás. A CBV informou que se reuniu com todos os clubes envolvidos, coletou posicionamentos oficiais e encaminhou ao STJD os materiais disponíveis para análise, acompanhando os desdobramentos.