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segunda-feira, 30 setembro, 2024
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Manifestação pró-Bolsonaro: Twitter Files e alta nos preços dos alimentos incendeiam ato de apoio

Por Marina B.

Preparativos para o dia 21 de abril no Rio de Janeiro estão a todo vapor, com um novo ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) marcado para agitar as ruas. Espera-se que centenas de milhares de manifestantes se reúnam em defesa do ex-mandatário, que está sob investigação por suposta tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro planeja usar o evento para contestar as acusações de que teria preparado uma minuta de golpe, mas outros fatores também prometem inflamar a manifestação, incluindo a alta dos preços dos alimentos e o escândalo do Twitter Files, que trouxe à tona evidências de censura nas redes sociais.

O último protesto desse tipo aconteceu em 25 de fevereiro, na Avenida Paulista, em São Paulo. Naquela ocasião, declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), comparando a guerra de Israel ao nazismo, serviram como combustível para motivar mais pessoas a se juntarem à manifestação. Bolsonaro aproveitou o evento para pedir um “borrão no passado” e anistia para os acusados de crimes durante os atos de 8 de janeiro de 2023. Ele sugeriu em seu discurso que suas considerações sobre uma possível decretação de Estado de Defesa ou Sítio após as eleições de 2022 estavam dentro dos limites constitucionais.

Após o protesto, novas investigações da Polícia Federal tentaram conectar o ex-presidente a uma suposta tentativa de golpe, alegando principalmente que ele teria apresentado uma minuta de decreto de Estado de Defesa a comandantes das Forças Armadas para promover uma ruptura institucional.

Para o protesto deste mês, Bolsonaro pretende desacreditar essa narrativa. Além disso, a alta dos preços dos alimentos, o caso Twitter Files e a queda de popularidade de Lula podem contribuir para uma participação significativa na manifestação. O evento está agendado para ocorrer em Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, às 10h.

O conflito entre o ministro Alexandre de Moraes e o magnata Elon Musk, proprietário do antigo Twitter, tem mobilizado a base opositora para protestar contra a postura do ministro e suas investigações no Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Embora não mencione Moraes diretamente, o discurso pró-democracia está sendo amplamente utilizado pelos aliados de Bolsonaro ao compartilharem o vídeo do ex-presidente convocando para a manifestação. Analistas acreditam que a disputa entre o bilionário e o ministro terá eco no protesto.

Sendo um dos aliados mais próximos do ex-presidente, o senador Magno Malta (PL-ES) prevê que o público será composto principalmente pelas mesmas pessoas que compareceram ao protesto anterior em fevereiro: evangélicos e cidadãos preocupados com a liberdade de expressão.

Para o deputado federal Carlos Jordy (PL-RJ), “as arbitrariedades ganharam uma notoriedade e alcance nunca antes vistos”. Ele também afirma que “o mundo agora sabe da tirania e da perseguição política praticadas contra adversários”.

Já o deputado Maurício Marcon (Podemos-RS) considera que as denúncias feitas por Musk “dão respaldo” ao que a oposição sabe sobre o comportamento do ministro do STF.

As denúncias mencionadas são relacionadas a e-mails e dados internos do antigo Twitter, que mostram que autoridades brasileiras, como o TSE e o Ministério Público, pressionaram funcionários da rede social entre 2020 e 2022 para fornecer dados de usuários e suspender contas sem fundamentação legal adequada. Tais pedidos violam abertamente princípios de privacidade e liberdade de expressão.

O líder da oposição no Senado, senador Rogério Marinho (PL-RN), afirmou que o ex-presidente está representando um anseio da população contra a postura do Supremo.

O cientista político Elton Gomes, professor da Universidade Federal do Piauí (UFPI), avalia que o conflito entre Musk e Moraes, juntamente com a queda de popularidade de Lula, tornam a manifestação um momento em que Bolsonaro e a oposição podem mostrar novamente seu poder de mobilização popular.

Como a Gazeta do Povo mostrou anteriormente, Bolsonaro planeja realizar manifestações nas cinco regiões do país: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Além do Rio de Janeiro, o ex-presidente também planeja um ato em Joinville, Santa Catarina, mas seus próximos passos de programação ainda não foram divulgados.

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