O deputado estadual Alan Lopes (PL) fez uma visita ao local para verificar o andamento do projeto Casa das Águas, iniciado pela Cedae em 2012.
Ele relatou que encontrou o casarão tombado da Rua Riachuelo 287, no Centro do Rio, em estado de completo abandono. Algo que, infelizmente, os cariocas já estão acostumados a ver quando se trata de patrimônio histórico e projetos culturais. O problema é que, desde então, foram captados mais de R$ 10 milhões para o que seria o primeiro centro cultural, científico, educacional e ambiental dedicado ao consumo consciente de água no Brasil.
A Cedae iniciou a iniciativa ao ceder a gestão do projeto ao Instituto de Sustentabilidade e Novos Talentos do Esporte e da Cultura (Intec) em 2012. Por meio do Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), foram realizadas duas captações de recursos, uma de R$ 3,8 milhões e outra de R$ 7 milhões. Agora, segundo o deputado, o Intec estava prestes a captar mais R$ 10 milhões do Fundo Estadual de Conservação Ambiental e Desenvolvimento Urbano (Fecam), em parceria com a Secretaria Estadual do Ambiente.
O edifício centenário na região da Cruz Vermelha — que já abrigou a sede da antiga Inspeção Geral de Obras Públicas da Capital e outros órgãos da União — deveria estar restaurado e foi até inaugurado em dezembro de 2014. No entanto, o centro cultural nunca funcionou e, desde então, a fachada se deteriorou. Em uma reportagem publicada pelo “Diário do Rio” em 2021, a Cedae negou o abandono do prédio, garantindo que as obras estavam em andamento e que a abertura ao público estava prevista para 2022.
Alan Lopes enviou um ofício denunciando a situação e pedindo providências ao presidente da Cedae, Aguinaldo Ballon; ao secretário do Ambiente, Bernardo Rossi; ao presidente do Tribunal de Contas do Estado, Rodrigo Melo do Nascimento; ao procurador-geral de Justiça do Rio, Luciano Mattos; e ao procurador-geral da República, Paulo Gonet. Ele conseguiu suspender a nova captação de recursos.
O deputado também solicitou à Cedae a rescisão do Termo de Permissão de Uso do imóvel, assinado com o instituto em 2012 e renovado por mais dez anos em 2021.
Todo o dinheiro foi captado por uma família, sinalizando que essas pessoas, pais e filhos desde o início, sempre tiveram a intenção de desviar dinheiro público e que a obra foi apenas uma fachada.