O presidente de Portugal anunciou a nomeação de Luis Montenegro, líder da Aliança Democrática (AD), de centro-direita, como o novo primeiro-ministro do país nesta quinta-feira (21). Montenegro, de 51 anos, foi convidado a formar um governo minoritário após oito anos de governo socialista.
Embora a AD tenha vencido as eleições parlamentares em 10 de Março, sua margem de vitória foi pequena, longe de alcançar uma maioria funcional. Montenegro afirmou que seu partido está pronto para governar sozinho e não buscará um amplo acordo formal com o partido de extrema-direita Chega.
O Chega, emergindo como uma força política ao quadruplicar sua representação parlamentar, tornou-se a primeira vez para um partido de extrema-direita desde a queda da ditadura fascista há 50 anos. Um governo da AD dependerá de acordos fragmentados no parlamento com o Chega ou com a ala esquerda para aprovar legislação, o que pode torná-lo potencialmente instável.
A nomeação de Montenegro ocorreu após a contagem dos votos do estrangeiro pela comissão eleitoral, que deu ao Chega dois assentos adicionais, enquanto a AD e os socialistas acrescentaram apenas um cada. No total, a AD conquistou 80 assentos na legislatura de 230, seguida pelos socialistas com 78 e pelo Chega com 50.
Montenegro declarou aos jornalistas que o governo tomará posse em 2 de abril e apresentará seu programa ao parlamento dentro de 10 dias. Os analistas observam que o orçamento de 2025 será o primeiro teste de sobrevivência do governo AD, previsto para o final deste ano, e um orçamento rejeitado pode levar a uma nova eleição.
André Ventura, líder do Chega, ameaçou votar contra o projeto de lei e responsabilizou a AD por qualquer instabilidade política se continuar a ignorar seu partido, embora tenha sinalizado apoio a algumas medidas propostas por Montenegro, como salários mais altos para profissionais de saúde, polícia e professores, e impostos mais baixos sobre o rendimento.
Enquanto isso, o líder socialista Pedro Nuno Santos expressou ceticismo sobre o apoio do seu partido ao orçamento da AD para 2025, mas demonstrou disposição para negociar medidas para fortalecer os setores de saúde, educação e segurança.
