O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o Partido dos Trabalhadores (PT) enviaram congratulações ao presidente russo, Vladimir Putin, pela sua reeleição em cartas divulgadas nesta quarta-feira, 20. O conteúdo da carta de Lula não foi revelado pelo Palácio do Planalto. Em 2022, Putin enviou uma carta a Lula após a vitória deste sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro. Por sua vez, o PT tornou público o teor da sua carta, assinada pela secretaria de Relações Internacionais do partido.
A vitória de Putin no domingo tem sido contestada por países ocidentais, como Reino Unido, Estados Unidos e Alemanha, que denunciaram a falta de liberdade nas eleições. Enquanto isso, ditaduras de esquerda, como China, Cuba, Venezuela e Nicarágua, reconheceram e saudaram a vitória de Putin como uma demonstração de apoio popular.
No pleito marcado por denúncias de irregularidades, o líder russo conquistou 87% dos votos, garantindo seu quinto mandato de seis anos. Ele se tornará o líder mais duradouro desde o ditador Josef Stalin. A eleição ocorreu em um ambiente controlado, sem adversários reais que pudessem ameaçar a vitória de Putin.
Desde o ano passado, Lula tem feito declarações que foram interpretadas como favoráveis ao Kremlin. Ele chegou a afirmar que ambos os lados eram responsáveis pela guerra na Ucrânia e sugeriu que Putin não seria preso caso viesse ao Brasil, apesar de ter um mandado do Tribunal Penal Internacional contra si. Recentemente, ele também evitou condenar a morte do dissidente russo Alexei Navalni, que faleceu em uma prisão no Ártico.
Por sua vez, o PT divulgou uma nota oficial parabenizando Putin pela vitória. O partido foi convidado a acompanhar a votação em Moscou. O secretário de Relações Internacionais do PT, Romênio Pereira, parabenizou o partido Rússia Unida pelo resultado expressivo e ressaltou a importância do voto voluntário na Rússia.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, destacou que a reeleição de Putin ocorreu em um ambiente aparentemente tranquilo, sem emitir uma nota oficial sobre a eleição, prática comum do Itamaraty em relação a processos eleitorais estrangeiros.
Putin usou a eleição como forma de fortalecer sua posição política, afirmando em discurso na Praça Vermelha que a Crimeia “voltou para casa” quando foi anexada em 2014, e que as áreas anexadas no Donbas, após a invasão da Ucrânia, fazem agora parte da “nova Rússia”.