Nesta quinta-feira, 21, o Papa Francisco enviou uma carta emocionante a um grupo de migrantes abrigados na Estação de Acolhimento Temporário para Migração (ETRM), localizada em Lajas Blancas, no Panamá.
O centro desempenha um papel crucial ao receber migrantes que conseguiram sobreviver à perigosa travessia pela floresta de Darién, na fronteira entre a Colômbia e o Panamá. Essa rota tornou-se vital para os sul-americanos que buscam chegar aos Estados Unidos, atravessando a América Central e o México.
De acordo com autoridades panamenhas, mais de meio milhão de pessoas se aventuraram nessa jornada no ano passado. Durante o percurso, além dos perigos naturais da selva, os migrantes enfrentam ameaças de gangues criminosas que os roubam ou exigem dinheiro para guiá-los pelos 265 quilômetros do corredor, muitas vezes recorrendo à violência, especialmente contra mulheres. Aqueles que conseguem sobreviver encontram refúgio em Lajas Blancas, onde recentemente a superlotação e a falta de água e camas agravaram os problemas de saúde e segurança.
É para essas pessoas que a mensagem do Papa é dirigida. Na carta, ele expressa o desejo de estar presente em Lajas Blancas e relembra que seus próprios pais eram migrantes em busca de um futuro melhor. “Houve momentos em que eles não tinham nada, passaram fome, mas mantiveram o coração cheio de esperança”, relata o Pontífice.
Francisco agradece aos bispos e agentes pastorais locais pelo trabalho realizado, destacando que representam uma Igreja solidária que acompanha os migrantes, enxergando neles o rosto de Cristo e oferecendo alívio e esperança durante a difícil jornada migratória.
Por fim, o Papa encoraja os migrantes a nunca esquecerem sua dignidade humana, incentivando-os a olhar nos olhos uns dos outros, pois não são descartáveis, mas parte da família humana e filhos de Deus.
