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terça-feira, 1 outubro, 2024
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Gastos públicos disparam e inflação ameaça destruir a estabilidade econômica

Por Marina B.

As projeções para a inflação em 2024 estão em declínio. No início do ano, o ponto médio das projeções coletadas pelo Banco Central era de 3,9%, mas agora diminuiu para 3,77%. Novas reduções podem estar à vista, à medida que bancos e corretoras revisam suas estimativas. Algumas instituições já estão projetando que o IPCA acumulado no ano termine em 3,4%. No entanto, esse é o cenário básico, sujeito a mudanças devido a pressões persistentes, destacando-se duas principais:

  1. O risco de a economia crescer além de sua capacidade potencial, superando a oferta de produtos e serviços disponíveis.
  2. A persistente política do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de aumentar os gastos públicos para estimular a economia.

O excesso de crescimento econômico pode sobrecarregar o motor da economia. Nos últimos três anos, o Brasil tem testemunhado um crescimento anual próximo a 3%, o que contrasta com a média de 2,2% registrada nos últimos 45 anos. Economistas alertam que manter esse ritmo de crescimento pode gerar pressões inflacionárias, considerando que a capacidade de crescimento sem causar inflação está entre 1% e 1,5%. Isso é menor do que as projeções para o crescimento do PIB em 2024, que estão em torno de 1,78%.

Uma das razões para esse potencial “sobreaquecimento”, é o baixo investimento na expansão da capacidade produtiva. Enquanto o PIB brasileiro cresceu 83,4% desde 1995, o investimento cresceu apenas 64,6%. Isso resulta em uma capacidade de produção que não se expande rapidamente o suficiente para acompanhar a demanda, levando a pressões de preços.

Além disso, o aumento dos gastos do governo tem contribuído para forçar o motor da economia. Nos últimos trimestres, as despesas públicas cresceram mais do que a atividade econômica, representando agora 21% do PIB, o maior percentual em três anos. Essa estratégia, usada para estimular o crescimento econômico, está impactando negativamente as contas públicas, com um déficit primário em 2023 e um aumento da dívida bruta.

A preocupação com a inflação também está presente nas atas do Comitê de Política Monetária do Banco Central, que destacam que a falta de disciplina fiscal pode elevar a taxa de juros neutra da economia.

Recentemente, instituições financeiras têm revisado para baixo suas expectativas de inflação para 2024, citando fatores como a dinâmica benigna de curto prazo na alimentação e os preços mais baixos dos grãos. A antecipação de recursos da privatização da Eletrobras também é vista como um fator que pode aliviar os preços da energia. No entanto, alertas sobre pressões salariais e aceleração de preços de serviços são pontos de preocupação.

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